Emanuel: justo e pacífico

Escrito por Padre Geovane Saraiva ,

Muitos foram os séculos em que a criatura humana passou a gemer seu pecado, sem nenhum raio de sol e se queixando na sua própria sombra e abismo. Deus, no entanto, promete um salvador, numa didática a ensinar a todos os homens que só se pode superar os empecilhos, no sentido mais pleno, quando se consegue destruir o pecado e tudo que lhe é contrário, favorecido pelo dom da compaixão e da graça divina. 

É a promessa feita pelo nosso Deus, que renova, perpassando a história, não limitada somente ao povo de Israel, mas que se volta à humanidade inteira.

A sabedoria de Deus é pelo reino da paz, da justiça e da verdade que se estabelece e se manifesta ao mundo, indo ao encontro das criaturas humanas, neste tempo do Advento, tempo este que precede o Natal do Senhor. Da nossa parte, como criaturas de Deus, cabe acolher, como dom e graça, o esplendor e a plenitude da paz, aquela paz encantadora, proclamada numa inaudita melodia pela multidão dos anjos da corte celestial: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade” (Lc 2, 14). Na insignificância e na fragilidade do mistério da criança da estribaria, comporta a exultação na mais extrema alegria, com a presença de um Deus no meio da humanidade, no engrandecimento e na exaltação da dignidade humana. 

No Cristo, que é nossa paz, que se volte o nosso olhar dócil e afável para a realidade das festividades de fim de ano, nas quais estamos inseridos, na convicção em Deus de que não seja só “festividade ilusória”, mas, sim, em Deus uma “nova festividade”, mesmo com o desafio da pandemia e suas consequências, nas cruzes a carregar. 

Que no Emanuel, a nos visitar neste tempo abençoado, como rei justo, solidário e pacífico, longe do ódio, da inveja e de todo mal, aplainem-se as elevadas e acidentadas montanhas do nosso coração, dando-nos a esperança que não ilude. Assim seja!

Padre Geovane Saraiva 

Pároco de Santo Afonso, blogueiro e escritor