Carnaval, tristeza e alegria

Escrito por Marcus Vinicius Rodrigues , marcus@caso.com.br

O desfile das Escolas de Samba é símbolo do Carnaval. A primeira manifestação carnavalesca foi caracterizada pelo “entrudo”, onde os escravos sujavam-se uns aos outros com polvilho, os brancos observavam. O ritmo musical para os brancos eram as polcas e valsas, para os pretos o batuque e cateretê. Como resultante surge o Samba. O termo Escola está relacionado ao local em que os sambistas se reuniam, próximo à Escola Normal no Estácio, Rio de Janeiro. 

O início da formação dos grupos de sambistas foi motivado pelo fim da Gripe Espanhola em 1919, que afetou principalmente o Rio de Janeiro. Nelson Rodrigues disse que a Gripe Espanhola motivou “a fazer coisas, a pensar coisas, a sentir coisas inéditas”. Somente em 1932 é que foi realizado o primeiro desfile conjunto das Escolas de Samba, sem conflitos quanto a gêneros, classes sociais, religião ou racismo.

Em 2022 será o primeiro Carnaval após a Covid-19, como o de 1919 será um marco. Após o fim da Gripe Espanhola, muitas coisas com novos enredos foram feitas e pensadas, entre outras: o Tenentismo; a Semana de Arte Moderna; e a onda nacionalista. A atual efervescência política com o executivo, alinhado ao Congresso, pode sugerir um norte para os novos enredos. 

Mas é preciso corrigir atuais deficiências, quanto à política econômica, a industrialização e ao profissionalismo na gestão da educação. O importante é que os novos enredos ajudem a aproximar todos e utilize a brasilidade como tema, cores e ritmos para celebrar o Brasil.

Como nos anos que se seguiram ao fim da Gripe Espanhola, os anos que estão por vir vão trazer mudanças profundas. O fim da Covid-19 se aproxima. É preciso que o executivo utilize sua melhor comissão de frente, passistas, com um mestre-sala e porta-bandeira. 

Como no desfile de uma Escola de Samba, erros mesmo que pequenos não serão mais tolerados.

Marcus Vinicius Rodrigues
Doutor em Engenharia da Produção

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