Avanços e com orgulho

Escrito por Daniel Diógenes ,
Daniel Diógenes é médico especialista em medicina reprodutiva
Legenda: Daniel Diógenes é médico especialista em medicina reprodutiva

Neste 28 de junho, comemora-se o dia mundial do orgulho gay. Uma data simbólica para o público LGBTQIA+, que luta há décadas pela garantia dos direitos igualitários na nossa sociedade.

Entre as conquistas na busca dessa igualdade o Superior Tribunal Federal (STF) julgou favorável a união estável entre casais do mesmo sexo, em 2011. Dois anos depois, foi a vez do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), reconhecer a união homoafetiva.

Sem dúvida, para nós profissionais da medicina reprodutiva, esta vitória foi uma das mais significativas conquistas para a comunidade e está no direito à realização do sonho de muitos casais homoafetivos: a constituição de uma família, com direitos garantidos perante a sociedade civil.

Com o avanço da reprodução assistida, hoje milhares de casais formados por pessoas do mesmo sexo têm conseguidado realizar o desejo de conseguir ter um filho. Para as mulheres, as técnicas disponíveis são a Fertilização In Vitro (FIV), que utiliza o óvulo de uma das companheiras para fecundar em laboratório com o gameta masculino. E a inseminação artificial intra uterina (IIU), que a gente coloca os espermatozoides no útero da mulher que vai ovular. É importante ressaltar que a doação de espermatozoides pode ser de banco de sêmen. No Brasil não pode ser doação anônima, mas pode ser doação de parente de até quarto grau sem consanguinidade. 

Para os homens homoafetivos, a possibilidade é feita através de doação de óvulos e de uma mulher para fazer a gestação no útero. No entanto, o procedimento só é permitido em uma mulher parente do casal. Os homens podem receber óvulos sem consanguinidade de uma parente de até quarto grau, ou recorrer a um banco de óvulos, mas a barriga para gerar o feto necessariamente precisa ser de um parente de até quarto grau de um deles.

Com essa evolução das diferentes instituições e população, temos mais abertura, mais aceitação. Sabemos que ainda há muito o que avançar, mas podemos ver casais buscarem o tratamento com brilho nos olhos, falarem de expectativas e seus sonhos nos emociona. Mas nos enche ainda mais o coração quando vemos que a força do amor prevalece mesmo em tempos tão difíceis.

Daniel Diógenes é médico especialista em medicina reprodutiva