A varíola dos macacos (monkeypox) teve seus primeiros casos descritos na década de 70, na República do Congo, e foi identificada em macacos, porém, é mais comum em roedores. O primeiro caso de varíola deste novo surto foi de um brasileiro, na Alemanha e, hoje, são cerca de 1400 casos somente no Brasil, com os primeiros suspeitos em Santa Catarina e no Ceará, além de 75% dos casos concentrados em São Paulo. O vírus vem se alastrando e as mais recentes atualizações são de que a OMS declarou a situação emergência internacional e, uma semana após, em 29 de julho, tivemos o primeiro caso de óbito confirmado no país por varíola dos macacos.
É importante lembrarmos que o vírus da varíola dos macacos é diferente do vírus da varíola humana, que foi erradicado na década de 80, após a vacinação em massa. É um surto no mundo, mas não deve ser de alarde, pois temos um vírus menos letal (menor capacidade de matar) que o da varíola humana e, certamente, menos transmissível que o da Covid-19. Vale salientar a importância da vacinação contra a varíola, pois ela já existe e é eficaz, mas precisa ainda de distribuição para os locais com casos já confirmados para então conseguimos um bloquear a transmissão.
Os sintomas da varíola dos macacos são lesões de pele, febre, dor de cabeça e gânglios aumentados. As lesões lembram as da catapora, começam na face e depois se disseminam pelo corpo. É importante não coçar ou estourar as vesículas, pois tanto aumenta a disseminação como podem deixar cicatrizes. Os cuidados indicados são: isolamento do paciente por 3 a 4 semanas, que é o tempo que dura a doença, sendo as principais vias de contaminação as secreções respiratórias e contato com secreções das lesões de pele. Ainda não há certeza quanto ao tempo de permanência do vírus nos objetos.
A melhor forma de proteção é o uso de máscaras e a lavagem das mãos. Temos evidência de que a vacina da varíola humana, usada na erradicação prévia, também protege contra a varíola dos macacos por reação cruzada. Assim, devemos ter cuidado com a proteção, mas é preciso reforçar que a vacina pode evitar riscos, mais ainda, erradicar esta varíola também.
Bruna Custódio é coordenadora médica do Nest Saúde