As datas comemorativas, como por exemplo, Dia dos Pais e Dia das Mães, podem despertar gatilhos em quem não tem uma boa convivência ou nenhuma convivência com seus respectivos genitores. Quando trazemos para a vertente da infância e observamos pela ótica das festinhas escolares em torno das datas comemorativas, essa problemática fica ainda mais séria e pode causar traumas severos nas crianças que não tem o afeto que gostariam dos seus genitores.
Além disso, devemos pensar nas diversas formas de famílias que existem hoje, sejam elas homoafetivas, multiparental, sejam aquelas em que os avós criam os netos como se fossem filhos, bem como as tios que também estão próximos dos sobrinhos como se fossem pais e mães. Afinal, por que não seriam considerados assim? Devemos entender que família representa laço, afeto, amor, não apenas sangue do mesmo sangue, ou de onde proveio a vida. Sabemos que gerar uma criança não é uma tarefa difícil, mas criar e dar todo o amor que esse precisa é sim uma tarefa árdua e diária.
Pensando nisso, venho fazer uma indagação e questionamento para a sociedade e, principalmente, para as escolas: por que não damos prioridade ao Dia da Família ao invés das datas comerciais de Dia dos Pais e Dia das Mães? Dessa forma, deveria-se instituir uma comemoração mais ampla, contemplando os diversos tipos de família, evitando constrangimento e traumas naquelas crianças que não convivem com seus genitores e dando a real valorização aqueles que dedicam todo o seu tempo para amá-las e educá-las.
Na própria Legislação, após anos de evolução, já é possível falar em diversas estruturas de famílias diferentes citadas além do “casamento homem e mulher”, então por que não instituímos isso como uma realidade em nossas escolas e nossa forma de enxergar as datas comemorativas? Afinal, a noção de família precisa ser ampliada e tratada com o devido respeito e sem discriminação só assim conseguiremos evoluir como sociedade e individualmente como seres humanos, bem como entender que família nada tem a ver com gerar uma vida ou relação parental, mas sim com respeitar, cuidar e estar ao lado em todos os momentos da vida.