A importância do equilíbrio: reflexões sobre a queda dos spreads de crédito

Escrito por Victor Ary ,
Victor Ary é gestor de investimentos e sócio da Grifo Asset
Legenda: Victor Ary é gestor de investimentos e sócio da Grifo Asset
Ao longo do primeiro trimestre de 2024, testemunhamos um fenômeno marcante nos mercados financeiros: o fechamento significativo dos spreads de crédito. Esse movimento trouxe consigo uma série de reflexões e análises sobre o cenário atual e futuro dos investimentos em crédito.
 
O que motivou esse fechamento dos spreads? Uma mudança regulatória que restringiu as emissões de títulos isentos, como CRIs, CRAs e debêntures incentivadas, foi apontada como uma das principais razões. Essa restrição gerou um grande influxo de investidores para classes isentas, diminuindo os spreads desses papéis a níveis que se tornaram excessivamente apertados em comparação com alternativas como NTN-Bs.
 
Por outro lado, esse movimento também gerou um aumento da demanda por debêntures tradicionais, não isentas, onde atua o fundo Grifo Credit. Mesmo após o fechamento dos spreads no primeiro trimestre, ainda enxergamos taxas atrativas nesse segmento, refletindo um equilíbrio saudável entre risco e retorno.
 
Olhando para o futuro, não esperamos que as taxas continuem a se estreitar na mesma velocidade. O mercado está testemunhando um aumento significativo no volume de novas emissões, trazendo equilíbrio entre oferta e demanda. Apenas no primeiro trimestre de 2024, o volume de emissões alcançou R$ 77 bilhões, um crescimento substancial em relação ao ano anterior.
 
Essas emissões adicionais não apenas ajudam a manter os spreads em níveis atrativos, mas também refletem a necessidade contínua das empresas de se financiarem. As debêntures tradicionais devem se tornar a principal fonte de captação para muitas delas, o que aumentará a liquidez e o dinamismo desse mercado.
 
Além disso, a temporada de resultados das empresas tem sido encorajadora, com muitas reportando sólidos desempenhos. Isso contribui para uma visão mais positiva sobre o risco de crédito das empresas e fortalece ainda mais o mercado de debêntures.
 
Em suma, enquanto observamos com satisfação o desempenho do Grifo Credit e de outros fundos nesse contexto, é importante manter um olhar atento e uma postura cautelosa. A estabilidade e o equilíbrio são fundamentais para garantir que os spreads de crédito permaneçam em níveis saudáveis e atrativos, beneficiando tanto investidores quanto empresas.
 
Victor Ary é gestor de investimentos e sócio da Grifo Asset
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