Modernização e precariedade na economia urbana metropolitana

Escrito por Alexsandra Muniz ,
Alexsandra Muniz é professora do Curso de Geografia da UFC
Legenda: Alexsandra Muniz é professora do Curso de Geografia da UFC

Fortaleza é a quinta maior cidade brasileira com 2.428.708 habitantes e 848.283 pessoas ocupadas em relação à população total de 31,38% com um salário médio mensal de 2,7 salários mínimos, conforme IBGE (2021). Além da concentração populacional, tem-se o dinamismo econômico e a força polarizadora, cuja área de influência ultrapassa o território estadual. O PIB da capital em 2021 (R$ 73,4 bilhões) equivale a 37,68% do PIB estadual (R$ 194,88 bilhões), Fortaleza possui uma economia diversificada, se destacando no terciário (comércio e serviços), indústria, turismo, agronegócio de exportação e crescente investimento em tecnologia e inovação, com o surgimento de startups e empresas de tecnologia de ponta. 

O mercado de trabalho de Fortaleza enfrenta uma série de desafios, como: desemprego, subemprego, disparidades salariais, trabalhadores altamente qualificados vis a vis mão de obra com baixa qualificação, crescente informalidade, falta de condições de trabalho em alguns setores econômicos com longas jornadas de trabalho e baixos salários. Intensificam-se a flexibilização, a terceirização, a precariação das relações de trabalho com perdas de direitos. O trabalho informal, se por um lado é importante renda para quem não está inserido no emprego formal, por outro lado, priva os trabalhadores de benefícios trabalhistas. Ademais, o acesso desigual às oportunidades de trabalho é acentuado pela desigualdade social e de renda com reflexo também no tratamento desigual no local de trabalho.

Em ano eleitoral, urgem propostas de gestores, líderes comunitários e sociedade civil, investimento em educação e formação profissional, incentivo à inovação e oportunidades de trabalho, diversificando a economia local, construindo programas de empreendedorismo. Políticas públicas e privadas em projetos estruturantes, incentivos fiscais, tecnologias e inovação, devem impulsionar o mercado de trabalho, proporcionando condições dignas de trabalho, salários adequados, igualdade de oportunidades para mulheres, pessoas negras e outras minorias (deficientes, faixa etária menos contratada) com programas específicos de inclusão. O direito à cidade perpassa o direito ao trabalho na cidade, daí a pertinência desse estudo enquanto docente e pesquisadora do observatório das metrópoles.

Alexsandra Muniz é professora do Curso de Geografia da UFC 

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