95 anos da Escola de Comandantes do Ceará

A Academia Edgar Facó foi instalada inicialmente na avenida Av. Mister Hull, no bairro Antônio Bezerra, onde hoje funciona o Colégio da Polícia Militar

Escrito por Lucivando Rodrigues de Oliveira , Tenente-coronel QOPM
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Legenda: Tenente-Coronel QOPM Lucivando Rodrigues
Foto: Arquivo Pessoal

A saudosa Academia de Polícia Militar General Edgard Facó, se não tivesse sido demolida, completaria, hoje, 95 anos. História iniciada em 08 de abril de 1929, com a criação da Escola de Formação Profissional da Força Pública, no Governo do Dr. Matos Peixoto, tendo como idealizador o Comandante da Polícia Militar, à época, o Capitão do EB, comissionado a Coronel da PMCE, Edgard Facó.

Com a eclosão da revolução de 1930, que tirou do poder, o Presidente Washington Luiz, havia no Brasil um clima de forte insatisfação da população, que gerou preocupação em setores políticos e militares, que enxergavam a possibilidade de uma guerra civil. Por isso, por determinação do Interventor Federal no Ceará, Manoel Fernandes Távora, a Escola entrou em recesso alegando problemas de ordem revolucionária. Ela só seria reaberta em 1935, no governo de Francisco Menezes Pimentel.

Em 05 de fevereiro de 1953, foi feita uma justa homenagem ao seu idealizador, acrescendo o seu nome, passando a se chamar de Grupamento Escola General Edgard Facó. Sob essa denominação, o ensino policial militar cearense, teve uma ampla ascensão, culminando com a equivalência do Curso de Formação de Oficiais ao curso colegial.

A Academia foi instalada inicialmente na avenida Av. Mister Hull, no bairro Antônio Bezerra, onde hoje funciona o Colégio da Polícia Militar, funcionando até o ano de 1977, quando foi transferida para uma nova sede, no Governo do Cel Adauto Bezerra, para o denominado “Planalto da Cultura”, situado na Avenida Washington Soares, vizinho à Unifor, à época, Bairro Água Fria, hoje, Edson Queiroz. Infelizmente, no ano de 2009, no Governo Cid Gomes, em nome do progresso, para a perplexidade de todos nós, ela foi demolida para dar lugar ao Centro de Eventos do Ceará.

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Legenda: Tenente-Coronel QOPM Lucivando Rodrigues
Foto: Arquivo Pessoal

Redijo este artigo, para congratular-me com os cadetes de todo Brasil, que assim como eu, tiveram a honra de ter a APMGEF, como “a nossa mãe profissional”, mas, sobretudo, para não permitir o esquecimento das nossas nobres tradições policiais militares. Vem então à minha mente a profundidade das palavras do Marechal José Pessoa, ao escrever, certa vez, sobre a tradição do espadim:“Escrevo sobre o espadim para que não aconteça o que aconteceu com a Academia Real Militar que hoje apenas sabe-se que existiu”. Hoje, só nos resta inesquecíveis lembranças e saudades…
 

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