Segurança em boates aumenta após um ano da tragédia em Santa Maria
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Redação
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Segundo o Corpo de Bombeiros, os 55 estabelecimentos de Fortaleza estão em conformidade com a lei
Há exatamente um ano, o Brasil presenciava uma das grandes tragédias registradas no País. O incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, deixou 242 pessoas mortas, além de outras 116 feridas. Marcas que ficaram não apenas no corpo, mas na memória e na alma de quem de alguma maneira sofreu as dores daquela madrugada. A ausência de equipamentos de segurança, especificamente de uma saída de emergência, foi um dos fatores determinantes para que muitas vidas fossem perdidas naquela ocasião.
Saídas de emergência, hidrantes e extintores de incêndio passaram a ser mais presentes nas casas noturnas depois do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria. O Corpo de Bombeiros pede que os frequentadores observem esses itens de segurança e, caso percebam alguma infração, denunciem Foto: Kléber A. Gonçalves
O acidente repercutiu em todo o País, de forma a render uma verdadeira corrida pela estruturação dos locais que reúnem grande público. A tragédia alertava para uma maior necessidade de fiscalização e de aprimoramento no quesito de prevenção e segurança contra incêndios. Em Fortaleza, não foi diferente.
Operações deflagradas, casas interditadas, cobranças feitas. E hoje, um ano depois, a Capital dispõe de 55 casas em conformidade com as exigências legais de segurança, segundo o Corpo de Bombeiros. "Que saibamos, não há nenhuma casa em desconformidade em Fortaleza", afirmou o coordenador da Coordenadoria de Atividades Técnicas (CAT) do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Marcelo Cordeiro Magalhães.
Com a comoção com o que aconteceu em Santa Maria, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), em parceria com as Secretarias Regionais, Corpo de Bombeiros, Secretaria Municipal de Segurança Cidadã e Secretaria Municipal de Finanças, realizou, em Fortaleza, a Operação Ambiente Seguro, Diversão Garantida.
De janeiro a fevereiro e entre maio e outubro, 315 vistorias de fiscalização foram feitas em estabelecimentos como boates, casas de shows, bares, restaurantes, hotéis, motéis e pousadas. Foram lavradas 346 notificações e 11 estabelecimentos foram interditados.
Solução
O Corpo de Bombeiros explica que os problemas, cerca de um ano depois, foram resolvidos. "Em virtude da tragédia em Santa Maria, houve, no início do ano de 2013, um grande número de denúncias da população. O Corpo de Bombeiros fiscalizou e interditou alguns locais. Mas, no decorrer do ano, as casas de shows se legalizaram, colocaram sistemas preventivos, como a lei exige. Toda casa que receba mais de 100 pessoas tem que apresentar projeto de prevenção aos Bombeiros. Hoje, as casas de shows na área de Fortaleza estão com seus sistemas totalmente legalizados", afirma o tenente-coronel Marcelo Cordeiro.
O militar reforça que a população possui grande importância na responsabilidade pelos locais. Cabe aos frequentadores dos espaços observar se há comprometimento com as diretrizes de segurança e, em caso de alguma irregularidade, denunciar.
"Estamos orientando a população, que é a principal interessada, a fazer a observação se existem nos locais que frequentam sistemas preventivos de incêndio, como sinalização indicando saída de emergência, se têm iluminação de emergência, portas largas para caso de acidente, barra anti-pânico nas portas, além dos itens como os extintores. Todo leigo entrando num local desse, por si só, já pode observar estes itens básicos", enfatizou.
De acordo com o tenente-coronel, uma nova etapa de fiscalizações está sendo articulada. "O projeto está aprovado no Corpo de Bombeiros e estamos em vias de deflagrar uma nova fiscalização, em parceria com o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon)", adiantou.
A Seuma também reforça que haverá uma nova rodada de fiscalizações em 2014. "A operação não acabou. É importante salientar que as fiscalizações acontecem durante todo o ano, de forma incisiva, abordando um leque maior de equipamentos e já está prevista no planejamento de 2014 da Secretaria a continuidade da Operação Ambiente Seguro, Diversão Garantida, nos meses de maio e outubro", explicou o órgão.
Preocupação
Se, por um lado, as casas de shows de Fortaleza se adequaram às exigências de segurança, por outro, os outros municípios do Estado requerem atenção maior por parte dos frequentadores dos estabelecimentos e das autoridades. Isto, pelo fato de que a fiscalização ainda é precária, segundo o Corpo de Bombeiros.
Ao todo, somente na Região Metropolitana de Fortaleza, 15 casas de show estão em desconformidade com as exigências do Corpo de Bombeiros.
"A Capital melhorou, mas no Interior o problema é maior. Nosso maior fiscalizador é a população que tem que denunciar para que se façam cumprir as exigências mínimas nestes locais", frisou o coordenador do CAT, citando o caso da cidade de Horizonte, na Região Metropolitana.
"Verificamos sete casas de shows em Horizonte. Delas, duas estavam fechadas, duas estavam legais e em três foram expedidos relatórios de irregularidades. O problema persiste ainda. Por isso, solicitamos o apoio da população para denunciar essas casas de shows. É nossa tradição no Ceará ter muita festividade, principalmente no período de férias, por isso, contamos com o apoio das pessoas para denunciar e fazer que se cumpram as exigências mínimas", ressaltou.
Apesar da preocupação com a fiscalização no Estado, o tenente-coronel enfatiza que a possibilidade de uma tragédia semelhante à de Santa Maria no Ceará é mínima. "No Interior, as casas de show normalmente são abertas, então isso facilita bastante a não ocorrência de tumultos com gravidade, como em Santa Maria. Isso é positivo, mas não impede que ela (a casa de show) tenha seu sistema de segurança", pontuou.
Casas de show investem em prevenção
Empresa alguma quer ter seu nome vinculado a uma tragédia. Com o pensamento de evitar e prevenir algo como o ocorrido em Santa Maria, as boates de Fortaleza apostam no aparato de segurança para proteger seu patrimônio e seus clientes.
Além dos sistemas preventivos, boates garantem equipe preparada para usá-los. De acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), haverá nova rodada de fiscalizações nas casas noturnas neste ano
Um dos mais comentados na noite da Praia de Iracema, o Órbita Bar afirma dedicar preocupação com a prevenção de incêndios desde antes do ocorrido no Sul do País. "Damos importância máxima à segurança. Aqui, temos todos os itens de segurança exigidos pela legislação: portas e luzes de emergência, comunicação indicando onde ficam as portas, extintores de incêndio com especificação, dois hidrantes, para-raios, brigada de incêndio", explica a produtora da casa, Gabi Simões.
"O importante é ter uma equipe bem preparada. Nossa equipe não está ali apenas para proteger o patrimônio (do estabelecimento), mas para proteger também os nossos clientes. Temos que ter zelo e cuidado com eles", enfatiza.
Já o Complexo Mucuripe Club, uma das maiores casas de shows do Estado, afirma que "constantemente vistorias preventivas, treinamentos e manutenções são realizadas, para que riscos a qualquer situação sejam minimizados, visando, assim, uma maior tranquilidade de quem quer que seja".
Medidas
O estabelecimento garante que "brigadistas profissionais, médicos, enfermeiros, bem como ambulâncias, ambulatório e carros de resgate estão presentes desde a abertura da casa ao encerramento do evento, para que, em casos de incidentes de urgência, sejam rapidamente controlados e cuidados com o que existe de melhor" para, segundo a empresa, "manter tudo dentro do máximo nível de segurança".
LEVI DE FREITAS
REPÓRTER
Há exatamente um ano, o Brasil presenciava uma das grandes tragédias registradas no País. O incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, deixou 242 pessoas mortas, além de outras 116 feridas. Marcas que ficaram não apenas no corpo, mas na memória e na alma de quem de alguma maneira sofreu as dores daquela madrugada. A ausência de equipamentos de segurança, especificamente de uma saída de emergência, foi um dos fatores determinantes para que muitas vidas fossem perdidas naquela ocasião.
Saídas de emergência, hidrantes e extintores de incêndio passaram a ser mais presentes nas casas noturnas depois do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria. O Corpo de Bombeiros pede que os frequentadores observem esses itens de segurança e, caso percebam alguma infração, denunciem Foto: Kléber A. Gonçalves
O acidente repercutiu em todo o País, de forma a render uma verdadeira corrida pela estruturação dos locais que reúnem grande público. A tragédia alertava para uma maior necessidade de fiscalização e de aprimoramento no quesito de prevenção e segurança contra incêndios. Em Fortaleza, não foi diferente.
Operações deflagradas, casas interditadas, cobranças feitas. E hoje, um ano depois, a Capital dispõe de 55 casas em conformidade com as exigências legais de segurança, segundo o Corpo de Bombeiros. "Que saibamos, não há nenhuma casa em desconformidade em Fortaleza", afirmou o coordenador da Coordenadoria de Atividades Técnicas (CAT) do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Marcelo Cordeiro Magalhães.
Com a comoção com o que aconteceu em Santa Maria, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), em parceria com as Secretarias Regionais, Corpo de Bombeiros, Secretaria Municipal de Segurança Cidadã e Secretaria Municipal de Finanças, realizou, em Fortaleza, a Operação Ambiente Seguro, Diversão Garantida.
De janeiro a fevereiro e entre maio e outubro, 315 vistorias de fiscalização foram feitas em estabelecimentos como boates, casas de shows, bares, restaurantes, hotéis, motéis e pousadas. Foram lavradas 346 notificações e 11 estabelecimentos foram interditados.
Solução
O Corpo de Bombeiros explica que os problemas, cerca de um ano depois, foram resolvidos. "Em virtude da tragédia em Santa Maria, houve, no início do ano de 2013, um grande número de denúncias da população. O Corpo de Bombeiros fiscalizou e interditou alguns locais. Mas, no decorrer do ano, as casas de shows se legalizaram, colocaram sistemas preventivos, como a lei exige. Toda casa que receba mais de 100 pessoas tem que apresentar projeto de prevenção aos Bombeiros. Hoje, as casas de shows na área de Fortaleza estão com seus sistemas totalmente legalizados", afirma o tenente-coronel Marcelo Cordeiro.
O militar reforça que a população possui grande importância na responsabilidade pelos locais. Cabe aos frequentadores dos espaços observar se há comprometimento com as diretrizes de segurança e, em caso de alguma irregularidade, denunciar.
"Estamos orientando a população, que é a principal interessada, a fazer a observação se existem nos locais que frequentam sistemas preventivos de incêndio, como sinalização indicando saída de emergência, se têm iluminação de emergência, portas largas para caso de acidente, barra anti-pânico nas portas, além dos itens como os extintores. Todo leigo entrando num local desse, por si só, já pode observar estes itens básicos", enfatizou.
De acordo com o tenente-coronel, uma nova etapa de fiscalizações está sendo articulada. "O projeto está aprovado no Corpo de Bombeiros e estamos em vias de deflagrar uma nova fiscalização, em parceria com o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon)", adiantou.
A Seuma também reforça que haverá uma nova rodada de fiscalizações em 2014. "A operação não acabou. É importante salientar que as fiscalizações acontecem durante todo o ano, de forma incisiva, abordando um leque maior de equipamentos e já está prevista no planejamento de 2014 da Secretaria a continuidade da Operação Ambiente Seguro, Diversão Garantida, nos meses de maio e outubro", explicou o órgão.
Preocupação
Se, por um lado, as casas de shows de Fortaleza se adequaram às exigências de segurança, por outro, os outros municípios do Estado requerem atenção maior por parte dos frequentadores dos estabelecimentos e das autoridades. Isto, pelo fato de que a fiscalização ainda é precária, segundo o Corpo de Bombeiros.
Ao todo, somente na Região Metropolitana de Fortaleza, 15 casas de show estão em desconformidade com as exigências do Corpo de Bombeiros.
"A Capital melhorou, mas no Interior o problema é maior. Nosso maior fiscalizador é a população que tem que denunciar para que se façam cumprir as exigências mínimas nestes locais", frisou o coordenador do CAT, citando o caso da cidade de Horizonte, na Região Metropolitana.
"Verificamos sete casas de shows em Horizonte. Delas, duas estavam fechadas, duas estavam legais e em três foram expedidos relatórios de irregularidades. O problema persiste ainda. Por isso, solicitamos o apoio da população para denunciar essas casas de shows. É nossa tradição no Ceará ter muita festividade, principalmente no período de férias, por isso, contamos com o apoio das pessoas para denunciar e fazer que se cumpram as exigências mínimas", ressaltou.
Apesar da preocupação com a fiscalização no Estado, o tenente-coronel enfatiza que a possibilidade de uma tragédia semelhante à de Santa Maria no Ceará é mínima. "No Interior, as casas de show normalmente são abertas, então isso facilita bastante a não ocorrência de tumultos com gravidade, como em Santa Maria. Isso é positivo, mas não impede que ela (a casa de show) tenha seu sistema de segurança", pontuou.
Casas de show investem em prevenção
Empresa alguma quer ter seu nome vinculado a uma tragédia. Com o pensamento de evitar e prevenir algo como o ocorrido em Santa Maria, as boates de Fortaleza apostam no aparato de segurança para proteger seu patrimônio e seus clientes.
Além dos sistemas preventivos, boates garantem equipe preparada para usá-los. De acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), haverá nova rodada de fiscalizações nas casas noturnas neste ano
Um dos mais comentados na noite da Praia de Iracema, o Órbita Bar afirma dedicar preocupação com a prevenção de incêndios desde antes do ocorrido no Sul do País. "Damos importância máxima à segurança. Aqui, temos todos os itens de segurança exigidos pela legislação: portas e luzes de emergência, comunicação indicando onde ficam as portas, extintores de incêndio com especificação, dois hidrantes, para-raios, brigada de incêndio", explica a produtora da casa, Gabi Simões.
"O importante é ter uma equipe bem preparada. Nossa equipe não está ali apenas para proteger o patrimônio (do estabelecimento), mas para proteger também os nossos clientes. Temos que ter zelo e cuidado com eles", enfatiza.
Já o Complexo Mucuripe Club, uma das maiores casas de shows do Estado, afirma que "constantemente vistorias preventivas, treinamentos e manutenções são realizadas, para que riscos a qualquer situação sejam minimizados, visando, assim, uma maior tranquilidade de quem quer que seja".
Medidas
O estabelecimento garante que "brigadistas profissionais, médicos, enfermeiros, bem como ambulâncias, ambulatório e carros de resgate estão presentes desde a abertura da casa ao encerramento do evento, para que, em casos de incidentes de urgência, sejam rapidamente controlados e cuidados com o que existe de melhor" para, segundo a empresa, "manter tudo dentro do máximo nível de segurança".
LEVI DE FREITAS
REPÓRTER