Organizações de Fortaleza protestam contra quase 500 mil vidas perdidas pela Covid no Brasil
Manifestações ocorrem na Praia de Iracema, Bom Jardim e cruzamentos da capital
Organizações sociais de Fortaleza realizam, na manhã deste sábado (19), manifestações em memória das quase 500 mil vidas perdidas pela Covid-19 no Brasil.
No Aterro da Praia de Iracema, o número 500.000 foi formado por luvas infladas, com pétalas de rosa no entorno. Também devem ocorrer demonstrações em uma praça do Bairro Bom Jardim e em nove cruzamentos da capital.
Coordenam as ações o Coletivo Rebento - médicos e médicas em Defesa da ética, da ciência e do SUS e as organizações SerPonte e Viva Cidadania.
Segundo a médica Liduína Rocha, membro do coletivo Rebento, objetivo é sensibilizar para a triste marca de meio milhão de mortes e chamar a sociedade demonstrar indignação neste sábado (19).
"Não é possível naturalizar tantas vidas perdidas por essa política pública que foi uma escolha do governo federal", afirma Liduína. Para ela, boa parte dos óbitos poderia ter sido evitada com políticas sanitárias e vacinação.
"Infelizmente esperava, e certamente são muito mais que 500 mil mortes. Essas são as mortes que estão documentadas por declaração de óbito. Mas certamente são muito mais", diz.
O Brasil registra 498.499 mortes por Covid-19, com 17,8 milhões de casos confirmados da doença, segundo o Ministério da Saúde. 2.495 mortes foram confirmados nas últimas 24h.
Profissionais de saúde já realizaram outras manifestações em memória das vítimas da Covid-19. Há um ano, em junho de 2020, cruzes foram espalhadas na Praia de Iracema estampando nomes dos estados e o número de vidas perdidas até então.
Para Liduína, o posicionamento dos profissionais de saúde é um dever ético. "É preciso que a gente se posicione e é isso que a gente está fazendo hoje e que a gente deve fazer todos os dias em todos os espaços possíveis", afirmou.
"O lugar ético do fazer médico hoje é dizer que o mundo inteiro aponta a saída mais efetiva para a pandemia, que é a vacina para todos e todas, que infelizmente nós ainda não temos a vacina como realidade. E nós não temos como escolha de política pública", ressalta.