Menina de 13 anos é a paciente mais nova a passar por transplante de medula óssea autólogo
Iasmin Souza de Silva foi submetida ao procedimento por conta de um linfoma de Hodgkin, tipo de câncer que ataca o sistema linfático
“Muito obrigada a todos por fazer desses momentos difíceis, momentos alegres de descontração, sou muito grata a todos por toda dedicação que tiveram comigo”, registra Iasmin Souza de Silva, 13, em uma carta de agradecimento após o transplante autólogo de medula óssea realizado no estado. A adolescente é a paciente mais nova a passar pelo procedimento no Ceará.
“Em meu nome, da minha família, de amigos e até desconhecidos, agradeço aos médicos, técnicos e enfermeiros, que lutaram, oraram, sofreram e por fim, por causa de vocês, hoje podem sorrir comigo, celebrando a vida”, complementa a ex-paciente de linfoma de Hodgkin, um dos tipos de câncer que afeta o sistema linfático.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), o transplante era a única alternativa para salvar a vida de Iasmin. Segundo o hematologista Fernando Barroso, ela já havia sido submetida a várias sessões de quimioterapia, que não apresentavam mais o resultado esperado. “Em algumas situações, como neste caso, o transplante é indispensável porque o organismo já não respondia à quimioterapia”, disse.
A mãe de Iasmin, Vânia Souza, revela a felicidade gerada com o sucesso do procedimento. “Meu coração está transbordando de alegria. Ao mesmo tempo, sinto uma calma por saber que minha filha está com saúde e esperança de vida novamente. Eu só tenho a agradecer a toda a equipe que cuidou da Iasmin com tanto carinho”, complementa. Iasmin fez o transplante no dia 1º de março e agora está em casa em processo de recuperação.
‘O que é autotransplante?’
A Sesa explica que “o transplante autólogo é quando acontece o autotransplante e as células saudáveis da medula são reinfundidas no paciente para que ele possa ser submetido à quimioterapia”.
Isamin recebeu um transplante autólogo (quando as células do próprio paciente são autoinfundidas). Ainda segundo o médico Fernando Barroso, o recurso é o mais utilizado nos pacientes com linfoma de Hodgkin. “É um autotransplante, onde são coletadas células da medula óssea do paciente e esse material coletado é congelado. O paciente passa por um processo de quimioterapia mais agressiva, para depois suas células serem reinfundidas. Ao fazer o autotransplante, o corpo passa a produzir novas células sanguíneas”, explica o especialista.
São cerca de 40 profissionais de saúde envolvidos no transplante. O hematologista explica que o trabalho em equipe é essencial para o sucesso do procedimento. “Nossos esforços em conjunto, tanto do Hemoce (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará), como da equipe de transplante do HUWC (Hospital Universitário Walter Cantídio), foram fundamentais para realizar o primeiro procedimento em uma paciente dessa idade. Esse foi o primeiro caso (de transplante em adolescente) da nossa equipe e teve ótimos resultados”, finaliza Fernando Barroso.