Fortalezenses protestam contra o governo Dilma Rousseff

Trajando prioritariamente amarelo, blusas da seleção brasileira, de Fora Dilma e o PT junto, e empunhando bandeiras do Brasil, aos poucos os manifestantes foram ocupando a Praça Portugal e depois se dirigiram à Praia de Iracema, onde o ato encerrou-se por volta das 19h

Escrito por Redação ,
vanessa
Foto: Vanessa Madeira
 
Atualizada às 19h10
 
Trajando prioritariamente amarelo, blusas da seleção brasileira, de Fora Dilma e o PT junto, e empunhando bandeiras do Brasil, aos poucos os manifestantes foram ocupando a Praça Portugal. A movimentação começou logo cedo, por volta de 13h, com grande concentração de vendedores ambulantes que comercializavam chapéus, bandeiras do Brasil e de times do Fortaleza e do Ceará, além de comidas e bebidas. Pouco a pouco a praça foi sendo tomada por uma multidão verde e amarela. 
 
O ato prosseguiu em caminhada para a Praia de Iracema, onde houve o encerramento da manifestação por volta das 19h, com fogos de artifício, a execução do Hino Nacional e uma oração coletiva do Pai Nosso.
 
Mais cedo, por volta das 15h, as ruas de acesso à Praça Portugal foram interditadas pela Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC). A Polícia Militar também marcou presença, para garantir a segurança dos manifestantes.
 
Três carros de som foram estrategicamente distribuídos na rotatória, um no cruzamento com a avenida Desembargador Moreira e outros dois com a Dom Luís. O publicitário Belfran Teixeira, 48, um dos organizadores do evento, afirma que a expectativa deste protesto é superar os 20 mil participantes do primeiro ato, realizado no dia 29 de março. 
 
Desde janeiro, as mobilizações vem sendo feitas através do Instituto Democracia e Ética (IDE). A pauta de reivindicações, acrescenta o publicitário, é longa, direcionadas ao governo Dilma, aos cargos executivos, ao legislativo e ao judiciário. “Queremos o fim da corrupção. Somos contra esses movimentos que querem transformar o Brasil em um País comunista, como o Fórum de São Paulo. Temos também reivindicações em benefício da população brasileira, como a melhora do serviço público de saúde, educação e segurança pública. Defendemos a autonomia da Polícia Federal, para que ela tenha liberdade de investigar”, enfatiza Teixeira. 
 
Lei da Terceirização
 
O organizador, no entanto, disse que o movimento ainda não tem um posicionamento em relação à Lei da Terceirização, que está sendo proposta no Congresso Nacional, mas particularmente se posicionou à favor, por acreditar que vai trazer avanços à economia do País. Ele acrescenta que o movimento é completamente apartidário. “Não existe, por parte de nós, nenhum interesse político. Trata-se de uma manifestação espontânea do povo brasileiro que está revoltado, indignado com a postura e as ações do governo PT, representado por Dilma Rousseff e o Lula”, frisa.
 
No próximo dia 15, todos os líderes do movimento contra a presidente Dilma e o PT estarão reunidos em Brasília, quando farão uma carta aberta ao povo brasileiro e aos políticos do Congresso Nacional. 
 
Enquanto o público entoava “O PT roubou”, um vendedor ambulante que comercializava alimentos respondia: “quem não roubou?”. Ele conta que foi ao ato porque estava interessado em vender. “É tudo a mesma coisa. Coloca o PMDB e continua do mesmo jeito. Vai ser assim sempre, o problema do Brasil é a corrupção. Não sei como um candidato tem milhões para gastar com papel em uma campanha. Esse dinheiro vem de onde? Dizem que é dos empresários, mas os empresários querem algo em troca. É por isso que há muitas eleições eu não voto. Nessa última mesmo eu fui foi à praia beber cerveja. É errado a pessoa roubar e não ser preso. Não deveria ser assim. É muita injustiça no Brasil, há muita diferença entre as classes sociais. Tem muita gente que só consegue estudar porque tem o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), não era para ser assim. Todos deveriam ter condições sem precisar pedir esmola de ninguém”, critica. 
 
Veja imagens dos manifestantes na Praia de Iracema
 
 
Médicos
 
Por volta das 16h, um grupo do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) e da Associação Médica Cearense chegou à Praça Portugal para somar aos manifestantes. “Estamos hoje nas ruas pela saúde cearense e pela saúde do Brasil. O sistema de saúde está falido, com pessoas em corredores e filas intermináveis dos hospitais aguardando ou internamento ou procedimento. Estamos vivendo um momento crítico no Ceará, onde 20% dos recursos da saúde estão na iminência de serem cortados, o que vai prejudicar uma saúde que já é de péssima qualidade. Com esse corte, nós teremos o fechamento de alguns serviços de emergência e teremos mais dificuldade ainda de ofertar medicamento e procedimentos para essa população já tão sofrida. E é por essa saúde de qualidade que nós estamos nas ruas hoje”, ressalta Mayra Pinheiro, presidente do Simec. 
 
Ela acrescenta que a categoria não é contra a vinda de médicos estrangeiros, mas a vinda de médicos estrangeiros sem revalidação. “Nós queremos que venham profissionais de qualquer parte do mundo, mas revalidados, que provem que têm qualificação para atender a população brasileira”, reafirma. 
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