Fortaleza teve aumento de 163% em testes positivos de Covid-19 na segunda onda da pandemia

A capital cearense contou com 61.071 testes positivos na primeira onda; já a segunda somou 160.767 ocorrências

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Testes Covid
Legenda: Os testes são importantes pois ajudam a identificar a situação epidemiológica de determinados locais, relata infectologista.
Foto: José Leomar

Apesar de atualmente o cenário pandêmico estar mais controlado no Estado, a segunda onda de transmissão da Sars-Cov-2 contou com um aumento de 163,24% nos testes positivos para a detecção do vírus em Fortaleza. No primeiro pico de transmissão - de 1º de março a 30 de setembro -, 61.071 testaram positivo para Covid. Já no segundo momento - de 1º de outubro a 10 de maio -, a capital somou 160.767 ocorrências.

O Ceará também notou crescimento nesse índice em proporções menores, com 66,29% de confirmações. Na primeira onda, o Estado obteve 263.674 resultados afirmativos para o coronavírus e, na segunda, o número chegou a 438.475. Os dados são do IntegraSUS, portal de transparência vinculado à Secretaria da Saúde (Sesa).

Segundo o médico infectologista Robério Leite, os testes são importantes pois ajudam a identificar a situação epidemiológica de determinados locais. "Ele vai permitir que a gente saiba, de uma maneira mais atualizada, o que está acontecendo em um estado ou numa cidade específica”.

Robério explica que os exames sorológicos fornecem uma ideia geral de quantas pessoas já se infectaram, isto é, quantas possuem anticorpos para a doença. Já o antígeno swab - realizado na cavidade nasal - possibilita uma visão do cenário em tempo real, pois detecta se há infecção no organismo no momento em que o teste é realizado.

“Isso ajuda muito o sistema de saúde a monitorar o número de casos, se eles estão aumentando, e também a reconhecer em quais locais da comunidade estão havendo ampliação para que, assim, a vigilância possa agir com os cuidados necessários”, comenta o infectologista.

De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma), Fábio Timbó, é natural o aumento da procura por testes rápidos na segunda onda, “especialmente pela quantidade de estabelecimentos que estão disponibilizando o mesmo, bem como pela facilidade e rapidez”.

Além disso, dada a alta quantidade de casos no período, Fábio relata que foi notória a busca progressiva pelos exames nas redes de farmácia e drogarias no começo deste ano em Fortaleza, gerando, inclusive, lotação nos agendamentos.

Os motivos para a realização dos testes variam, conforme esclarece o presidente do Sincofarma. “Seja para uma viagem, uma visita à família ou para o retorno ao trabalho, por exemplo; são as coisas que levam à população a realizar o procedimento para além dos sintomas da doença já conhecidos”.

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Para a assistente de relações corporativas, Beatriz Caitano, o resultado da Covid-19 veio após realização do swab. “Eu estava sentindo dor no corpo, coriza, dor de garganta e me sentindo febril há dois dias. Então, para ter certeza e ter todos os cuidados necessários, fiz o teste e deu positivo”.

“A partir do meu resultado, os meus pais fizeram o teste também e deu reagente. Todos nós nos isolamos por completo em casa, passamos a pedir tudo por delivery, as consultas por telemedicina… Fizemos o que podíamos fazer para proteger as outras pessoas”, continua.

O médico infectologista Robério Leite destaca que o procedimento realizado por Beatriz foi o correto. “Se você identificar alguém com resultado positivo na família, é importante isolar todo mundo e realizar o teste, porque é muito comum que algumas pessoas permaneçam assintomáticas, mesmo se infectando”.

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