Consultor de Medicina diz que corpo nem sempre emerge

Escrito por Redação ,
“O mar devolve seus mortos”. A máxima é regra geral, mas tem suas exceções. Nem sempre o corpo emerge, flutua, chega a alguma praia ou mesmo é encontrado por tripulantes embarcados. Se ficar preso a algo no fundo do mar ou mesmo se possuir qualquer ferimento, pode jamais vir à tona ou mesmo romper-se. Em condições normais de afogamento, o comum é o morto boiar em no máximo 72 horas.

De acordo com o consultor em Medicina Forense, Francisco Simão, quando a pessoa morre devido ao afogamento, no interior do mar o processo de decomposição orgânica faz o organismo produzir gases (principalmente o metano).

Daí para o corpo inflar e emergir são, no máximo, 72 horas. Nesse tempo, de acordo com Simão, o mesmo é deslocado pela corrente marítima.

Por isso as pessoas identificam esses corpos como inchados. “Na verdade, tem água, mas é basicamente gás que se acumula principalmente na região do abdômen, nas vísceras ocas como estômago e intestinos”, explica.

Correnteza

O consultor em Medicina Forense assegura, ainda, que, se a correnteza levar o corpo para uma praia inabitada, inclusive no Piauí e no Maranhão, pode jamais ser achado.

Pode acontecer de, na queda da embarcação, a pessoa acumular algum ferimento. Por menor que seja, a fenda, no afogamento, permite a saída dos gases formados pela decomposição. Nesse caso, o corpo não possui quantitativo suficiente de ar para emergir. Outra possibilidade é, devido ao ferimento, a matéria orgânica atrair peixes.

Segundo Simão, há a hipótese, também, de o corpo ficar enganchado em corais, em restos de estruturas ou na própria embarcação, se ela tiver afundado. “Nessa situação, o corpo pode produzir tanto gás que, como não há como boiar”.
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