Cheias vão sempre existir

As enchentes e inundações nas planícies do complexo Ceará-Maranguapinho, assim como nos outros corpos hídricos, sempre vão existir, aponta o professor da Universidade Federal do Ceará (UFCE) e geógrafo, Jader de Oliveira Santos. Justamente por isso, ressalta, as ações previstas, principalmente a remoção das famílias de suas margens, o respectivo reassentamento em área ambiental e socialmente segura e a drenagem/despoluição, são fundamentais. "A requalificação de um recurso hídrico é uma ação que demanda grande monta de investimento, fiscalização e controle ambiental", argumenta.

>>Obras se arrastam desde 2008, e drenagem fica para próximo ano 

Estas intervenções, indica o professor, devem se orientar a promover recuperação da vegetação ribeirinha, desocupação das áreas de riscos e tratamento dos efluentes que são 'jogados' no rio. "Nesse sentido, não se pode pensar apenas no canal principal do rio e sim em toda sua área de drenagem", analisa.

Além disso, a adoção de medidas estruturais para contenção de cheias (dragagem, limpeza de canais, reservatórios de contenção), dado o grau de alteração do sistema fluvial e sua área de entorno, são ações importantes. "Estas são extremamente caras e não resolvem o problema em sua totalidade", diz ele.

As medidas não estruturais são mais eficientes. Estas últimas consideram a manutenção da funcionalidade dos sistemas reduzindo os impactos e transformações oriundas das atividades humanas que foram realizadas de forma desordenada. O importante é que essas ações sejam combinadas. É necessário, defende, um esforço contínuo e ação permanente do Estado para reduzir os problemas.