Cearense morre de meningite em São Paulo e família arrecada doações para pagar despesas funerárias

Os parentes precisaram pegar R$8.500 emprestados a um conhecido para pagar a transferência do corpo para Aruaru, em Morada Nova

Escrito por Redação ,
foto cearense
Legenda: O quadro de saúde de Adanilson teve seu primeiro grande impacto em setembro, quando foi acometido por uma pneumonia
Foto: Arquivo pessoal

No último sábado (5), o cearense Adanilson André dos Anjos (30) faleceu em decorrência de meningite no Hospital de Urgências de São Bernardo, em São Paulo, onde estava internado há 43 dias. A família precisou pagar R$8.500 para que o corpo do rapaz fosse transferido para Aruaru, distrito de Morada Nova. O dinheiro, entretanto, foi emprestado, e para realizar o pagamento da dívida, eles resolveram divulgar a situação nas redes sociais e arrecadar doações. Até agora, R$3 mil já foram levantados. Para acessar as informações de doação, basta entrar em contato por meio do telefone (85) 98562.6514. 

O cabelereiro Adanilson foi acometido por uma pneumonia em setembro. A doença deixou sequelas, e em outubro, ele sofreu o primeiro desmaio. “A gente tem o grupo da família, o companheiro dele entrou em contato e disse que ele passou mal e não contou pra ninguém. Desde esse primeiro desmaio, ele começou a falar coisa que não fazia sentido. Levaram ele para o hospital e o médico disse que ele estava com crise de pânico e passou um antidepressivo”, comenta Maria Beatriz (28), prima de Adanilson. No fim do mesmo mês, o cearense passou mal novamente, e só depois foi constatado que ele havia sofrido um AVC.  

O companheiro de Adanilson, José Ribeiro (40), com quem morava em São Paulo há 7 anos e dividia um salão de beleza, decidiu levá-lo ao hospital. “Induziram o coma para fazer os exames. Diagnosticaram um inchaço intracraniano. Desde então ele não acordou mais, disseram que ele teve uma melhora, mas depois teve uma parada respiratória”, informa a prima. Depois da internação, o cabelereiro foi diagnosticado com um quadro grave de meningite, enquanto ainda tratava a pneumonia remanescente.  

Os custos do tratamento que o hospital público não cobriu, foi dividido entre José e alguns amigos. Mas, depois do falecimento, a família precisou arcar com as despesas da transferência do corpo de São Paulo para o Ceará. “A funerária cobrou muito caro, de R$3 mil aumentaram para R$8.500. Disseram que era por conta de um produto para conservar o corpo e porque a meningite é uma doença muito contagiosa”, conta Maria Beatriz. 

A solução inicial foi pagar os custos com um cartão de crédito emprestado e organizar uma arrecadação financeira nas redes sociais para quitar a dívida. Dessa forma, a família conseguiu trazer o corpo de Adanilson e realizar o enterro. “Sepultamos ele no domingo (6), em Aruaru. O hospital tinha muita urgência em liberar logo do corpo, queriam enterrar ele lá, mas a gente queria dar um último adeus”, destaca a familiar. 

A morte precoce despertou sentimentos que a família não esperava passar tão cedo. “A minha tia está arrasada, ele era a joia rara dela. No dia do sepultamento ela e a minha prima passaram mal, tiveram que ser levadas para o hospital. A minha prima não para de chorar, achando que é um pesadelo. O companheiro dele vivia sozinho com ele e quando ele chegar em São Paulo, vai encontrar uma casa vazia”, desabafa Maria Beatriz. 
 

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