Casa José de Alencar abre seus espaços para a música erudita

Um total de 185 músicos se apresentou, nesta manhã, na Casa de José de Alencar, durante as exibições do Jardim Musical, que integram o quarto ano de circuito cultural. Participaram das atividades musicais, a a Camerata da UFC, o Coral da UFC, o Coral do Instituto de Cultura e Arte (ICA), a Banda Sinfônica da UFC e o Grupo de Música Percussiva Acadêmicos da Casa Caiada.

Sob  as sombras da mangueiras e com um público ávido por atividades culturais, um repertório musical, que incluiu desde peças clássicas da música barroca, até a contemporânea, com destaque para o cancioneiro brasileiro preencheu de harmonia e beleza os espaços verdes daquela área, que é vinculada a Universidade Federal do Ceará (UFC). O evento é uma realização da Secretaria de Cultura Artística (Secult-Arte), com apoio da Casa de José de Alencar e do Curso de Música da UFC. A Universidade também celebra os 62 anos de existência da UFC.

A primeira exibição foi da Camerata, formada especialmente por instrumentos de cordas, que iniciou por músicas barrocas, interpretando obras de Mozart e Bach. A performance dos músicos foi precedida por uma apresentação do vice-diretor da Secult Arte, Erwin Scharader, o objetivo é sair dos campus e difundir a música mais elaborada nos equipamentos culturais de Fortaleza, notadamente nos bairros periféricos, e nas cidades do interior.

Para uma plateia atenta, formada, principalmente, por jovens casais que elegeram o lugar como preferido para o lazer aos domingos, onde são favorecidos os piqueniques em família, os grupos musicais buscaram interpretar não apenas peças eruditas relativamente popularizadas. No entanto, houve uma atenção especial para o regionalismo, com arranjos voltados para revelar a  beleza que pode ser encontrada com o manejo de diferentes instrumentos musicais.

O ex-aluno do curso de Música da UFC, Rian Rafaiel Silveira, que integra a Banda Sinfônica, disse que o retorno do público é algo que sempre recompensa o trabalho do artista. Nesse caso, ele chama a atenção para a capacidade de surpreender e agradar os ouvintes com músicas que obtiveram variações sensíveis, com a introdução de fagotes, oboés e outros instrumentos de sopro. “Hoje, o músico tem maior facilidade de aprender a melhor tocar seu instrumento, por conta da internet, inclusive para a obtenção de partituras. No entanto, há ainda uma limitada divulgação sobre o papel do músico e da música clássica, no sentido de ampliar o mercado para os profissionais e artistas”, observa Rian. 

Além da exibição dos músicos e do habitual piquenique a céu aberto, o público foi convidado a levar e estender toalhas, tapetes e esteiras, junto a amigos e familiares, durante as apresentações. Na ocasião, ainda houve expositores de artesanato e de gastronomia.

Durante as apresentações musicais, o artista Levi Mota Muniz fez pinturas alusivas a UFC num cavalete que será colocado por entre as árvores do jardim da Casa de José de Alencar. A intervenção artística integra o projeto Fórum de Intervenções do ICA (FICA), nascido a partir da reunião convocada pela Direção do ICA sobre as intervenções no Mural de Moda em 2017. "Nosso intuito é gerar frutos permanentes para o Instituto no que concerne aos aparelhos de interação das pessoas com o espaço e das pessoas com as pessoas", informa Bárbara Duarte, produtora cultural da UFC.