Aumento de síndromes respiratórias acompanha retomada de aulas presenciais no Ceará

Mais associados ao período chuvoso, no início do ano e aos meses de julho e agosto, os casos gripais apresentam tendência de alta entre os meses de setembro e outubro

Escrito por Redação ,
Criança assoando o nariz
Legenda: As síndromes gripais envolvem diversos quadros respiratórios – desde resfriados comuns até propriamente à gripe, implicado pelo vírus influenza, ou mesmo a Covid-19, transmitida pelo coronavírus
Foto: Shutterstock

Os níveis de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) para crianças de zero a nove anos permanecem entre mil e 1.200 casos semanais no Ceará. De acordo com o Boletim InfoGripe publicado na semana passada, esses números são próximos aos que foram registrados no pico de julho de 2020, quando 1.282 casos foram notificados na Semana Epidemiológica 29. A alta de sintomas de gripes e resfriados coincide com o retorno presencial às escolas e pediatras defendem cuidados preventivos, como alimentação saudável e uso de máscaras. 

Nas demais faixas etárias, os casos de SRAG já representam os menores valores desde o início da epidemia no Brasil. O estudo apresentado no Boletim InfoGripe se baseia nos dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 4 de outubro e compreende a Semana Epidemiológica 39 (26/9/2021 a 2/10/2021). 

As síndromes gripais envolvem diversos quadros respiratórios — desde resfriados comuns até propriamente à gripe, implicado pelo vírus influenza, ou mesmo a Covid-19, transmitida pelo coronavírus. Os principais sintomas das síndromes gripais podem incluir febre, coriza nasal, tosse, cansaço, obstrução nasal, dentre outros.

Picos de casos no ano 

De acordo com a pediatra Virna da Costa, o Ceará apresenta, normalmente, dois picos anuais de SRAG, mas que o segundo teria se deslocado de período em função da retomada das aulas e maior aglomeração de crianças 

A médica tem observado, seja no consultório particular ou nas emergências pediátricas, uma grande procura neste período, com verdadeiras lotações de atendimento. Segundo a especialista, essas ondas são comuns no início do ano, com o período chuvoso e o aumento da umidade, e no período de julho-agosto, com época de floração e de fortes ventos, afetando, dentre outros, mais crianças com rinites alérgicas. 

“A gente tem visto que tem aumentado bastante os casos de síndromes gripais, até mesmo característica de virose, um quadro viral mais prolongado, que coincide com o período de volta presencial. O retorno promove maior aproximação entre as crianças, maior circulação delas nos espaços, e isso realmente tem promovido um aumento desses casos gripais”, afirma a pediatra. Ela tem percebido um maior temor dos pais de que as crianças estejam com a Covid-19, e aos primeiros sintomas já levam para a emergência. 

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Cuidados preventivos 

A estudante Gisele Gomes, mãe do Teo, de apenas um ano, faz o possível para que o filho não pegue gripe, resfriado ou, menos ainda, Covid.  “Uma boa alimentação é primordial, porque evita doenças. Outra coisa que eu faço é a limpeza diária a casa, com pano para evitar poeira e mofo. Neste um ano ele só adoeceu uma vez, de gripe, mas foi bem tranquilo”, explica, e acrescenta que mantém a carteira de vacinação em dia, para mantê-lo mais protegido das doenças. 

“É importante que, nos casos de crianças que já voltaram às aulas presenciais, manter as mãos limpas, uso de máscaras, e os pais evitarem mandar para a escola em casos de sintomas gripais, porque é um cuidado que vai proteger todos. Também é importante, especialmente para as crianças menores, manter a carteira de vacinação em dia, pois ajuda na proteção”, explica a pediatra Virna da Costa, que acrescenta a importância de uma alimentação cercada de frutas e verduras como saúde preventiva. 

Tendência de elevação no Ceará 

De acordo com o Boletim InfoGripe, o Ceará apresenta uma tendência de elevação dos casos nas próximas semanas (até 75%) seguindo de estabilização, no longo prazo, dos casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves.

Na divisão do Estado em cinco regiões, conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a região de Fortaleza apresenta estabilidade de casos. Sertão Central, Litoral Leste e Jaguaribe e o Cariri apresentam tendência de redução, enquanto a região Norte (macrorregião de Sobral) apresenta maior probabilidade de aumento dos casos, sendo considerada a área mais preocupante, conforme o boletim. 

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