Acidente que matou radialista no Beach Park completa um ano e segue sem resolução 

O turista de Sorocaba estava na boia do brinquedo com mais três pessoas, no dia 16 de julho de 2018, quando caiu e bateu a cabeça na estrutura da atração, inaugurada poucos dias antes 

Escrito por Emanoela Campelo de Melo / Renato Bezerra , metro@verdesmares.com.br
Legenda: O brinquedo "Vainkará" permanece fechado desde o acidente
Foto: Foto: Arquivo Diário do Nordeste

Um ano após o acidente que vitimou o radialista Ricardo José Hilário da Silva, morto no Beach Park após cair da boia do brinquedo "Vainkará", o processo criminal em tramitação na 2ª Vara de Aquiraz permanece na fase de inquérito policial, segundo informou o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE). O relatório da Polícia Civil sobre o caso foi concluído e está sendo analisado pelo Ministério Público Estadual, que decidirá se apresenta ou não a denúncia.  

O turista de Sorocaba estava na boia do brinquedo com mais três pessoas, no dia 16 de julho de 2018, quando caiu e bateu a cabeça na estrutura da atração, inaugurada poucos dias antes. Apesar de ser socorrido de imediato, Hilário não resistiu aos ferimentos e morreu ainda dentro do parque. Os outros ocupantes ficaram feridos. O brinquedo permanece fechado desde então. 

Em setembro do ano passado, o laudo pericial da Coordenadoria de Perícia Criminal ligada à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Estado eximiu a responsabilidade dos usuários pelo acidente, atribuindo o fato ao excesso de peso e a distribuição irregular dos participantes na boia. Na ocasião, o Beach Park negou que o excesso de peso tenha sido o fator de risco do acidente, confirmado por testes realizados após o acidente por engenheiro especialista.  

Ação Civil 

Paralelo ao processo criminal, corre uma ação civil com pedido de indenização por danos patrimoniais, ingressada pela família da vítima. O advogado responsável pelo caso, João Vicente Leitão, não revela o valor pedido. Esclarece, no entanto, que ainda entrará com ação por danos morais. "Pelo o que a viúva e a filha sofreram e sofrerão pelo resto da vida. O dano moral é uma coisa contínua", afirma.   

Em nota, o Beach Park confirma existir uma proposta que está sob avaliação e reitera ter prestado "toda assistência às vítimas e familiares e garante à família Beach Park – frequentadores, colaboradores e parceiros – que vai continuar, como sempre fez, aperfeiçoando seus procedimentos de segurança e promovendo o debate com o setor para que a experiência no Beach Park seja cada vez mais segura e agradável". 

A empresa afirma ter recebido recentemente laudo da empresa americana ESi, referência no mercado em investigações dessa natureza, comprovando que o brinquedo "apresenta falha de projeto, alterando a trajetória da boia independentemente do peso, o que foi determinante para ocorrer o acidente". Segundo o relatório, concluído em maio, "o design do referido toboágua resulta em situações onde a boia se torna instável e não segura, mesmo quando o peso dos usuários soma menos que os 320 kg recomendados pela ProSlide”.  

As empresas que fazem os projetos e a instalação de brinquedos em parques aquáticos, ainda segundo o Beack Park, são responsáveis por garantir a excelência do projeto e da instalação, cabendo aos parques escolher um fornecedor qualificado e garantir que a operação do brinquedo se dê de forma adequada, como consta nos manuais dos fabricantes. Por fim, afirma que, "diante da perícia e com a certeza de ter seguido todos os procedimentos corretos na operação da atração, o Beach Park está avaliando as medidas jurídicas aplicáveis ao caso", diz a nota. 

 

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