Clubes explicaram a recusa da proposta de reforma do Governo no fim de 2021
A situação do gramado da Arena Castelão voltou a ser tema de debate no futebol cearense. Após o período chuvoso e a sequência de jogos, o estádio apresentou desgaste do campo e foi alvo de críticas de atletas e treinadores. Apesar disso, os presidentes de Ceará e Fortaleza entendem que o momento para uma solução definitiva deve ocorrer apenas no fim da temporada de 2022.
O panorama foi sugerido após a Secretaria de Esporte e Juventude do Ceará (Sejuv) indicar que uma melhoria no equipamento dependia de uma mudança da grama, em operação que foi recusada pelos clubes no fim de 2021. O contraponto da obra seria a necessidade de paralisação por quatro meses.
O Diário do Nordeste conversou com os dirigentes Robinson de Castro e Marcelo Paz. Ambos ressaltaram que, na época, não seria possível aceitar uma paralisação pois não existia alternativa da praça esportiva para a transferência dos jogos, como o estádio Presidente Vargas (PV), que segue em obras, e a Arena Romeirão, em Juazeiro do Norte, recém-inaugurada.
“Nós não aceitamos a proposta de reforma do gramado porque não teríamos onde jogar naquele período do ano. Os jogos do Ceará seriam transferidos para Horizonte? Onde iríamos jogar? Se tivesse um lugar para jogar, teríamos aceitado. Agora, com público, um programa de sócio-torcedor grande, não dá mais para realizar (essa operação). Vamos ficar ‘comendo a bronca’, todo mundo, não tem mais solução. É esperar o fim do ano e fazer uma reforma urgente no gramado”.
Marcelo Paz, presidente do Fortaleza:
“O problema do gramado não é culpa do Governo, nem dos clubes. Ainda temos apenas um estádio aqui disponível na cidade, vamos jogar lá agora quatro vezes em uma semana. O gramado está muito desgastado, é uma sequência de jogos muito grande, e não há tempo hábil para resolver. Não aceitamos a proposta de intervenção inicial porque não teríamos local para jogar, temos jogos importantes em 2022. Naquela época, não tínhamos alternativas. Se o PV estivesse liberado, o que ainda não está, no início do ano, poderíamos ter realizado alguns jogos lá, dividir a carga e o impacto do Castelão. Eu vejo o esforço do Governo, mas não adianta nada agora, o calendário está cheio. É ter paciência e buscar uma solução jogo a jogo, entender o problema, e solucionar com a reforma ao fim dos jogos”.