Estádio da Indonésia onde mais de 130 morreram será demolido e reconstruído no padrão Fifa

Anúncio foi feito pelo presidente do país nesta terça-feira

Legenda: Mais de 130 pessoas morreram durante a tragédia.
Foto: Reprodução

Palco da morte de mais de 130 pessoas, o Estádio Kanjuruhan será demolido. A decisão foi anunciada pelo presidente da Indonésia, Joko Widodo, nesta terça-feira (18). O lugar, que fica na cidade de Malang, será reconstruído do zero e terá os padrões FIFA. O anúncio foi feito durante encontro sobre segurança nas praças esportivas do país, com a presença de Gianni Infantino, presidente da FIFA.

"Nós iremos demolir e reconstruir o estádio de acordo com os padrões, como um exemplo de um estádio modelo, com boas instalações, para que possamos garantir a segurança dos torcedores e dos jogadores", afirmou o presidente indonésio. "Este é um país do futebol, um país onde o futebol é uma paixão para milhões de pessoas. Nós devemos a elas que, quando vejam uma partida, estejam seguras", completou.

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A paixão pelo futebol na Indonésia foi um dos motivos que levaram o país a ser escolhido como sede da Copa do Mundo Sub-20 de 2023, mas a tragédia despertou preocupação internacional, por isso se fez necessária a intervenção da Fifa. "Minha presença aqui é um sinal de uma nova fase para o futebol indonésio", afirmou Infantino. "O que eu posso garantir ao presidente e a todo o povo é que a Fifa está aqui com vocês".

O episódio ocorrido em Kanjuruhan foi um dos mais mortais da história do esporte. Foram contabilizadas 132 mortes, 43 delas de crianças. De acordo com uma investigação feita pelo governo local, o motivo do massacre foi o "uso indiscriminado" de spray de pimenta pela polícia, ação que fez mais de 42 mil pessoas presentes no local correrem ao mesmo tempo para as saídas.

A utilização do spray se deu em uma tentativa frustrada de coibir uma invasão ao gramado no final da partida, já que torcedores do Arema FC ficaram revoltados ao testemunharem a primeira derrota em casa para o rival Persebaya Surabaya após 23 anos de invencibilidade. A partida teve torcida única, medida adotada na Indonésia, assim como no Brasil, para tentar evitar a violência entre torcedores rivais nos estádios.

Além da ação equivocada da polícia, a investigação apontou a negligência da associação de futebol do país como causa da tragédia. As autoridades acusaram seis pessoas por negligência: o presidente da liga local, dois dirigentes do Arema FC e três policiais que permitiram ou ordenaram o uso de spray de pimenta.