Família e grupo católico denunciam agressão de policiais em comemoração de Crisma no Lagamar

Um adolescente com transtornos mentais e uma idosa de 80 anos estão entre as vítimas da agressão, segundo testemunhas

Escrito por Redação ,
Legenda: De acordo com as testemunhas os policiais efetuaram disparos para o alto, agrediram verbalmente e com spray de pimenta a comunidade.
Foto: Foto: VC Repórter

Uma família e jovens de uma comunidade católica denunciam agressões sofridas por policiais que, conforme os relatos, invadiram uma residência e bateram em pessoas que estavam no local comemorando a crisma de um adolescente com transtorno mentais. Ele também foi vítima dos ataques. Cinco pessoas foram hospitalizadas e três detidas por desacato. O caso ocorreu na noite do sábado (18), na comunidade do Lagamar, no bairro São João do Tauape.

Os jovens pertencem a um grupo religioso da comunidade. Além deles, testemunhas contaram que uma idosa de 80 anos também foi vítima das agressões. Segundo os denunciantes, a confusão começou após os policiais abordarem a agredirem um adolescente em frente à residência onde ocorria a comemoração. O pai do rapaz, ao ouvir gritos, interferiu, questionando o motivo da violência. Com a aglomeração de pessoas, os PMs efetuaram disparos para o alto para dispersar a população. 

Em seguida, ainda segundo a testemunha, o pai do adolescente crismado voltou para dentro de casa e trancou o portão. Os policiais então foram atrás dele, derrubando a grade e invadindo a residência. Revoltadas com a situação, as pessoas que estavam dentro da casa começaram a discutir com os agentes, que responderam com agressões e spray de pimenta

"Entre os agredidos, tinha uma idosa de 80 anos, o adolescente crismado, que tem necessidades especiais, e uma menina da JbD [grupo Jovens em Busca de Deus], que chegou a desmaiar", disse uma moradora. Três pessoas, incluindo o pai do garoto, foram detidas por desacato, mas liberadas cerca de três horas depois. Cinco adolescentes foram hospitalizados após passarem mal com o spray de pimenta.

"Foi mais de um ano de preparação e terminou de uma maneira que a gente não esperava. Isso é uma cultura, por a gente morar numa comunidade. Acham que a gente não presta, que todo mundo é vagabundo. A gente não queria que esse caso repercutisse de uma maneira como essa. Chega de violência policial. Não dá para viver assim" desabafou a catequista do grupo religioso, que também é assistente social.

Em nota, a Polícia Militar informou que algumas pessoas em uma residência jogaram pedras enquanto uma viatura passava pelo local. O órgão confirmou que três pessoas foram encaminhadas para a delegacia da área. A instituição disse ainda que vai investigar a conduta dos policiais envolvidos no caso. "Vale salientar que a Corporação não compactua com quaisquer tipos de desvios de conduta e garante que toda ação ilegal será devidamente apurada", afirmou o órgão.

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