Empresa acusada de aplicar golpe em universitários tem contas bloqueadas pela Justiça

Realize Assessoria em Eventos causou prejuízo de cerca de R$ 1 milhão em pelo menos 28 turmas. Sócios são acusados de estelionato

Escrito por Redação ,

Acusada de dar um golpe milionário em pelo menos 28 turmas de universitários no Ceará, a empresa de formatura Realize Assessoria em Eventos teve suas contas bloqueadas pela Justiça nesta segunda-feira (14). A decisão foi do juiz Cid Peixoto do Amaral Neto, titular da 3ª Vara Cível do Fórum Clóvis Beviláqua, que concedeu tutela antecipada e também determinou o bloqueio das contas de Juliana Rodrigues Queiroz e Deoclézio Carvalho Costa, sócios da Realize. Eles são acusados de crime de estelionato

Na última quarta-feira (9), dezenas de estudantes registraram Boletim de Ocorrência na Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) após terem recebido, um dia antes, um e-mail da empresa informando que tinha decretado falência e não poderia cumprir os contratos fechados. Na ocasião, a Polícia estimou que o rombo seria de mais de R$ 1 milhão.

“Provadas as circunstâncias excepcionais como, por exemplo, dissolução irregular da sociedade, fraude à execução, dolo, simulação, abuso de gestão ou condutas que possam levar os credores a não receberem seus créditos, bem como o estado de falência ou inexistência de bens passíveis de penhora, torna-se possível a penhora de bens do sócio, especialmente daquele que exerce cargo de gerência”, destacou o juiz Cid Peixoto.

Prejudicados

Dentre as turmas prejudicadas com a suposta falência da Realize Assesoria, os autos do processo mencionam alunos do curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará (UFC), que contrataram a empresa para realizar os serviços de baile de formatura, aula da saudade, missa, fotos e placas.

Ainda segundo os autos, na última terça-feira (8) a empresa encaminhou um e-mail para os membros da comissão de formatura informando que estava fechando as portas, sem qualquer informação adicional. A Realize, aliás, não tentou negociar ou explicar o que fez com os valores pagos pelos alunos. "Disse que estava passando por problemas financeiros e que não iria mais cumprir o contrato firmado desde 2014", diz o processo.

Segundo os alunos, a comissão de formatura compareceu à sede da empresa assim que tomou conhecimento do e-mail, mas os sócios saíram do local de madrugada levando pertences e retirando a placa da empresa.

Ação Judicial

Após efetuarem o Boletim de Ocorrência na DDF, diversos alunos entraram com uma ação judicial na última sexta-feira (10), pedindo tutela antecipada e restituição de quantia paga, além de reparação de danos morais. A Justiça acatou a tutela antecipada e, agora, busca os sócios da Realize para que respondam as acusações.

“A atuação da parte requerida tendente a fugir do cumprimento de suas obrigações, revela-se no momento em que esta mesmo afirma a ausência de compromisso do que foi contratado pelos requerentes, o que por si só já caracteriza a má-fé e o abuso do direito da requerida", destaca o juiz Cid Peixoto do Amaral Neto.

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