Haddad vê risco de Rio virar 'estado miliciano' com Bolsonaro presidente
Presidenciável do PT visitou o Rio de Janeiro nesta sexta
O candidato à Presidência da República Fernando Haddad (PT) alertou nesta sexta-feira (19) que o Rio de Janeiro pode se tornar "um estado miliciano como (...) as Filipinas" caso seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), partidário da flexibilização do porte de armas, vença as eleições.
> Próxima pesquisa presidencial do Ibope deve ser divulgada na terça-feira (23)
> Cid Gomes fará campanha para Haddad neste sábado (20)
"Vocês precisam aqui da Polícia Federal atuando contra o crime organizado. Se vocês armarem a população, aqui vai virar um estado miliciano, como já aconteceu nas Filipinas, como já aconteceu em outros lugares", declarou Haddad à imprensa durante visita à cidade.
O candidato também criticou a proposta de Bolsonaro de dar proteção jurídica irrestrita aos policiais que cometam excessos na luta contra a criminalidade.
Nas Filipinas, o presidente Rodrigo Duterte conduz uma guerra às drogas muito questionada.
A polícia do país afirma ter matado 4.410 dependentes químicos ou supostos traficantes desde a chegada de Duterte ao poder, no fim de 2016. Milhares de pessoas foram assassinadas em circunstâncias não explicadas.
O Rio já enfrenta há pelo menos duas décadas o problema das milícias - grupos formados por agentes e ex-agentes das forças de segurança, ativos principalmente na Zona Oeste da cidade.
Rivais do tráfico de drogas no controle de bairros e regiões, as milícias estão envolvidas em extorsões e controlam serviços como fornecimento de gás, internet, TV a cabo e redes de transporte.
Desde fevereiro, o estado do Rio de Janeiro está sob intervenção federal na área da segurança.
Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira, Bolsonaro tem 59% dos votos válidos, contra 41% para Haddad.