Empresário diagnosticado com novo coronavírus recebe alta após ficar 9 dias internado em Fortaleza

De acordo com a filha do paciente, ele tem 54 anos de idade, mantém hábitos saudáveis e não apresenta doenças, como hipertensão ou diabetes

Escrito por Lígia Costa ,
Legenda: O empresário deixou o hospital com a saúde ainda debilitada, utilizando uma cadeira de rodas, e emocionado, enquanto era aplaudido pela equipe médica
Foto: Foto: Arquivo Pessoal

Após ficar internado por nove dias em um hospital particular em Fortaleza, diagnosticado com Covid-19, um empresário recebeu alta nesta quarta-feira (8). O momento em que Geovanni Maranhão, de 54 anos, sai do hospital foi filmado. Ainda em uma cadeira de rodas, sob aplausos da equipe médica, ele chama a todos os profissionais de "anjos".  "É impressionante como aquelas pessoas estão expostas e gostam do que fazem, não é pra todo mundo", elogia a filha de Maranhão, Sabrina Sant'anna.

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O fato de Giovanni ter sido diagnosticado com o novo coronavírus, diz a filha, surpreendeu toda a família. Especialmente porque ele não tem obesidade e não possui nenhum tipo de doença como diabetes ou hipertensão, fatores que poderiam colocá-lo no chamado grupo de risco da Covid-19

Sem comorbidades

"Meu pai não tem nenhuma comorbidade, não é obeso e costuma se exercitar. Ele anda, nada, come bem, então saber que ele pegou coronavírus foi algo que pegou a gente de surpresa", afirma Sabrina.

Ela ressalta que Geovanni ainda "não está 100%" de saúde porque teria perdido peso muito rápido: cerca de 10 quilos, ao longo dos 19 dias em que lutou contra a doença. Antes de ser internado, ele chegou a passar por três hospitais que não aceitaram interná-lo ou mesmo fazer o exame. 

"Quando ele ficou doente ele sentia muita febre e foi aumentando. Sentiu dor de cabeça, fraqueza grande, dor no corpo, foi um momento muito difícil", desabafa a estudante. "Chegamos a levar ele a três hospitais, mas nenhum queria internar ou fazer teste porque ele não tinha comorbidade. E até então ele não tinha tido uma falta de ar preocupante. Mas era muito cansaço físico, tanto que ele entrou no hospital de cadeira de rodas".

Ao dar entrada na unidade de saúde particular, no último dia 31 de março, os médicos constataram que Geovanni estava com o nível de oxigenação do sangue baixo, mas não foi preciso entubá-lo. E o diagnóstico da doença já havia sido apontado anteriormente, após uma tomografia do pulmão indicar uma pneumonia viral. 

"No segundo hospital que passamos ele já foi diagnosticado com a Covid e com essas características. Já tinham dito antes pra gente que era coronavírus". Como forma de prevenção, Sabrina e a mãe - com quem o paciente mais teve contato - ficaram em casa, cumprindo quarentena.

Durante todo o período de internação, o empresário Geovanni foi medicado com diversos fármacos, incluindo a hidroxicloroquina, cujo uso foi suspenso após a volta pra casa, onde agora conclui o processo de recuperação. O Ministério da Saúde está monitorando os estudos de eficácia e segurança desse tipo de medicamento em pacientes com Covid-19 e a recomendação do ministro da pasta Luís Henrique Mandetta é de que o médico que acompanha o paciente pode prescrever o remédio se o doente estiver hospitalizado, para que os efeitos sejam monitorados.

Segundo a filha, a recuperação foi "muito lenta" e começou a ser percebida somente no dia 6 de abril, dois dias antes do pai receber alta. Foi, a partir daí que ele "começou a falar mais e o semblante mudou".  

Os médicos recomendaram que o empresário se mantenha em repouso até a próxima segunda-feira (13), quando poderá retomar suas atividades normais gradativamente. O único medicamento receitado foi um xarope, caso venha a apresentar tosse.

Alta emocionante

O paciente deixou a unidade de saúde nove dias depois da internação emocionado, pois nem mesmo ele acreditava que um dia poderia testar positivo para a doença. "Meu pai saiu de lá um dia depois do meu aniversário. Então, foi um presente mesmo pra mim ter meu pai de volta. A gente ligava pra ele e via o quanto ele estava abalado. Ele jamais achou que ia pegar essa doença".

'Doença agressiva'

O empresário faz questão de alertar sobre o perigo que o novo coronavírus representa para quem ainda não cumpre o isolamento social. “Pras pessoas que ainda não pegaram, fiquem em casa, respeitem a doença, ela é agressiva, bate forte demais. Se cuidem, deem a devida importância para a doença. Aos que estão enfermos, mantenham o pensamento positivo. A força do pensamento é muito importante nesse momento de isolamento e de profunda fraqueza que a doença te coloca. Tenham fé”, recomenda.

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