Parceria prevê R$ 3,5 mi para Varejo

Escrito por Raone Saraiva* - Repórter ,
Legenda: Objetivo é desenvolver o setor e os recursos devem ser divididos entre os estados
Foto: Foto: Fernanda Siebra

Praia do Forte (Bahia). A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) assinaram, na noite de ontem (1º), a aprovação de um convênio técnico-financeiro voltado ao desenvolvimento do varejo no Brasil. Serão investidos cerca de R$ 3,5 milhões, valor destinado, principalmente, à organização de eventos com líderes e dirigentes lojistas e à criação de políticas públicas para o setor.

A parceria foi formalizada durante a 55ª Convenção Nacional do Comércio Varejista, que segue até domingo (4), na Praia do Forte, na Bahia. De acordo com o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, 30% do valor do convênio foram aportados pela confederação e 70% pelo Sebrae. A aplicação dos recursos ficará a critério da CNDL, de acordo com as necessidades de cada estado que será beneficiado com a parceria das duas instituições.

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"A confederação vai parceirizar com os estados, dentro de alguns programas que nós já temos, no sentido de dar uma musculatura maior às ações voltadas, sobretudo, às políticas públicas", afirma. O convênio, cujo projeto foi discutido durante um ano até ficar pronto, deverá ser executado em até dois anos.

A expectativa é que, das 27 unidades federativas, mais da metade seja atendida com ações ligadas ao convênio. O presidente da CNDL informa que a escolha será feita por meio de critérios como o nível de organização do varejo de cada estado. "O Ceará, certamente, poderá ser beneficiado porque o setor é bem organizado. No Estado, estamos montando um laboratório para poder trabalhar com dados e fornecer essas informações aos empresários", ressalta Pinheiro.

'Novos rumos'

A convenção deste ano, que reúne aproximadamente 3.200 lojistas de todo o País, traz o tema "Educar e Construir Novos Rumos", que, para Honório, está em consonância com o atual momento político e econômico do Brasil. O presidente cobra do novo governo, que agora tem à frente o presidente Michel Temer, mais atenção. "Já tivemos a oportunidade de fazer tratativas com o então governo interino, que passou a ser definitivo, e algumas pautas já foram discutidas. Entre elas, existem três que são relevantes. A atualização da legislação trabalhista, a reforma previdenciária e a regulação dos meios de pagamento", lembra.

O presidente da CNDL acredita que o governo Temer terá base no Congresso para aprovar medidas fundamentais para o crescimento da economia. Em relação à atualização da legislação trabalhista, Honório observa que o varejo é favorável à flexibilização das normas. "Não no sentido de precarizar as relações de trabalho, não queremos tirar nada do trabalhador. O que nos propomos, e que com certeza deverá ser aprovado, é a ferramenta da flexibilização, que muitos setores já usam", defende.

Fim do ano

Em relação aos últimos quatro meses do ano (setembro, outubro, novembro e dezembro), período conhecido como B-R-O Bró, Honório ressalta que o setor está otimista. "Já existe entre os empresários uma crença na melhora das vendas, até porque o segundo semestre representa mais de 50% do faturamento anual do varejo. Isso, aliado à decisão que tivemos na área política (impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff), impacta positivamente na economia".

*O jornalista viajou à Bahia a convite da CNDL

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