Ministro da Saúde se corrige e diz que casos da Deltacron ainda estão em análise
Inicialmente, Marcelo Queiroga havia informado que o Brasil havia confirmados os primeiros casos da nova variante da Covid-19
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, recuou sobre a informação fornecida por ele de que o Brasil havia confirmado dois casos da Deltracon — recombinação genética das variantes do coronavírus Delta e Ômicron. Horas após divulgar os dados, nessa terça-feira (15), o gestor se corrigiu e disse que pelo menos um deles ainda está em análise.
“Havia recebido a informação que os casos estariam confirmados, mas a área técnica [do Ministério da Saúde], posteriormente, me informou que a confirmação definitiva sairia somente na sexta [dia 18]”, disse ao jornal O Globo.
Na ocasião, o titular da pasta federal reiterou que, independentemente de haver ou não a confirmação das suspeitas, não haverá alterações no "cenário epidemiológico vigente" no País.
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A publicação do jornal teve acesso a um documento que revela que o resultado dos sequenciamentos genéticos realizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para determinar se os casos sob suspeitas se tratam de recombinação genética ou de uma coinfecção pela Delta e pela Ômicron, ainda precisa ser confirmados pela própria instituição através de outros procedimentos laboratoriais.
Em nota, o Ministério da Saúde informou "que, até 14 de março, foram notificados dois casos de uma possível recombinação de variantes, denominada Deltacron GKA (AY.4/BA.1). Os casos foram identificados nos estados de do Pará e do Amapá".
Paciente foi infectado em dezembro
Conforme o O Globo, o alerta enviado às redes pela pasta, na segunda-feira (14), indica que um dos dois pacientes possivelmente infectados pela variante Deltacron no Brasil apresentou os primeiros sintomas ainda em dezembro de 2021. A amostra do infectado da cidade de Santana, no Amapá, foi colhida em 6 de janeiro.
Ainda segundo o documento do MS, o paciente do sexo masculino tem 34 anos e, na ocasião, sentiu febre, tosse, dificuldade para respirar, dores de gargante, de cabeça e nas articulações, além de perder o olfato e o paladar. Ele está vacinado com o esquema completo da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca.
O outro caso investigado seria de outro paciente no Pará, mas não há mais informações disponíveis sobre ele.
Deltacron
A existência da variante resultado da combinação entre a Delta e a Ômicron foi confirmada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na última quarta-feira (9). A líder técnica de Covid da entidade, Maria van Kerkhove, publicou no Twitter que os recombinantes eram "esperados, especialmente com intensa circulação de Ômicron e Delta", e que sua equipe estava "rastreando e discutindo" a variante.
Pls also see here where we talk about the possibility of recombinants of #SARSCoV2. This is to be expected, especially w intense circulation of #omicron & delta. @WHO TagVE is tracking & discussing.
— Maria Van Kerkhove (@mvankerkhove) March 8, 2022
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Segundo as informações, embora vários países suspeitassem do surgimento de uma variante "Deltacron", os virologistas franceses enviaram a sequência genômica completa ao banco de dados internacional de Covid-19, confirmando a nova cepa oficialmente.
Os pesquisadores, contundo, não acreditam que isso seja motivo de preocupação já que agora há imunidade substancial na população humana contra ambas as variantes — graças à vacinação.
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