Ataque a hospital em Gaza: veja o que se sabe e possíveis autorias da explosão
Hospital Árabe al-Ahli foi atacado na última terça-feira (17) e deixou 471 mortos
Um ataque aéreo de Israel atingiu o Hospital Árabe al-Ahli, em Gaza, na terça-feira (17), matando centenas de pessoas. O bombardeio aconteceu em meio ao conflito entre Israel e o Hamas, que já dura 12 dias, e gerou críticas de líderes internacionais e disputa de versões.
Fundado em 1882, o Hospital Árabe al-Ahli é o mais antigo em Gaza. O espaço abrigava milhares de pessoas afetadas pelo conflito, além de pacientes regulares. O Ministério da Saúde de Gaza divulgou que 471 pessoas morreram e 342 ficaram feridas após a explosão.
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Crime de Guerra?
O Ministério da Saúde de Gaza acusou Israel de cometer crime de guerra, termo designado para descrever uma violação ao direito internacional contra civis e combatentes durante conflitos armados.
O protocolo elaborado pela ONU considera o ataque a hospitais ou instalações de saúde, sejam civis ou militares, um crime de guerra. Israel foi uma das 169 nações que assinaram o acordo. Países que não cumprirem com os protocolos estão sujeitos ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
Nesta quarta-feira (18), o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, Martin Griffiths, declarou à CNN americana que a Organização pretende fazer uma investigação própria sobre o caso.
Repercussão
O ataque de Israel ao Hospital foi alvo de críticas entre líderes mundiais e protestos em países de maioria árabe. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores palestino descreveu o ataque como "massacre a sangue frio".
O presidente Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, declarou que os ataques israelenses recentes são desprovidos dos "valores humanos mais básicos". O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, chamou de "mente diabólica" quem está por trás do bombardeio.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que ataque a instalações civis "não está em linha com o direito internacional". Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, também condenou o ataque.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu que o ataque não foi coordenado por Israel. O governo israelense tem afirmado que não foi responsável pela explosão.
Disputa de versões
A destruição do Hospital al-Ahli ficou no centro de uma disputa de versões sobre quem teria sido responsável pelo bombardeio. O Ministério da Saúde de Gaza e presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, acusaram Israel de realizar o ataque. A demora do governo israelense em se pronunciar fez com que diversos líderes internacionais também atribuíssem o bombardeio a Israel. No entanto, às 23h de terça (17h em Brasília), as Forças Armadas israelenses negaram a autoria do ataque.
Segundo a organização, a explosão foi causada pelo grupo palestino Jihad Islâmica, após um "lançamento fracassado de foguete" que visava atingir Israel. Um vídeo divulgado pelo governo israelense, que teria sido gravado no momento da explosão, mostra que o foguete teria sido disparado dentro de Gaza.
Outras imagens, obtidas pela Força Aérea, mostram o hospital antes e depois da explosão. Segundo os israelenses, o impacto provocado é incompatível com os explosivos utilizados por Israel.
O Exército ainda divulgou um suposto diálogo entre integrantes do Hamas que discutem a possibilidade do foguete ter sido lançado pelo grupo. "É nosso [o foguete]?", pergunta uma das vozes. "Parece que sim", responde outra pessoa identificada como militante do Hamas.
Apesar das evidências apresentadas por Israel, internautas ficaram confusos após as autoridades terem apagados diversos vídeos citados das redes sociais, incluindo da conta oficial do governo no X (antigo Twitter).
Uma das publicações ainda segue na rede social. Confira a seguir: