Zelensky cobra à UE que mantenha pressão sobre a Rússia e pede mais 5 bilhões de euros para reforçar artilharia

Essa é a segunda cúpula consecutiva da União Europeia em que a Hungria bloqueia um texto comum sobre a Ucrânia

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(Atualizado às 21:51)
Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, discursa olhando para a câmera. O político está sentado em uma poltrona verde e atrás dele é possível ver uma parte da bandeira de seu país, com as cores azul e amarelo
Legenda: Volodimir Zelensky cobra que o grupo europeu tenha um posicionamento mais forte conta a Rússia, ao mesmo tempo em que o primeiro-ministro húngaro se opõe a isso
Foto: UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / AFP

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, durante cúpula de líderes da União Europeia (UE) em Bruxelas, Bélgica, nesta quinta-feira (20), cobrou aos aliados europeus que mantenham a pressão sobre a Rússia e pediu um apoio de 5 bilhões de euros para reforçar sua artilharia. O pedido foi feito antes de novas conversas que russos e ucranianos terão separadamente com representantes dos Estados Unidos, na próxima semana.

No encontro, 26 países apoiaram o novo pacote de ajuda militar, embora a Hungria tenha se negado a apoiar a iniciativa, lançada pela chefe da diplomacia do bloco, Kaja Kallas. Na rede X, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, ameaçou até mesmo vetar a adesão da Ucrânia à UE antes de consultar a sociedade húngara.

Zelensky, disse Orbán, "age como se a Ucrânia já estivesse na UE e, portanto, pudesse usar um tom mais duro. Mas, na realidade, ele não pode fazer isso, pois é um país aspirante que busca se juntar à UE".

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SEGUNDA CÚPULA CONSECUTIVA

O líder ucraniano participou do encontro por videoconferência e afirmou que, apesar das declarações do presidente russo, Vladimir Putin, sobre sua disponibilidade para a paz, "nada mudou".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manteve esta semana conversas por telefone com Putin e, em seguida, com Zelensky. Os contatos, no entanto, não tiveram efeito imediato, e a Rússia voltou a bombardear na quarta-feira as infraestruturas energéticas ucranianas.

Zelensky também pediu que o bloco mantenha vigentes suas sanções "até que a Rússia comece a se retirar" do território ucraniano e "compense pelos danos causados por sua agressão". "As sanções são muito, muito necessárias", enfatizou.

Essa é a segunda cúpula consecutiva da UE em que a Hungria bloqueia a unanimidade em um texto comum sobre a Ucrânia, já que fez o mesmo na reunião extraordinária de 6 de março.

NEGOCIAÇÕES

Durante o dia, a Rússia anunciou que realizará uma nova rodada de conversas com representantes dos Estados Unidos na próxima semana e, pouco depois, a Ucrânia fez o mesmo. Em Moscou, o porta-voz Dmitri Peskov confirmou que uma equipe russa conversará com enviados americanos na segunda-feira na Arábia Saudita. 

Zelensky, por sua vez, anunciou que as delegações da Ucrânia e dos Estados Unidos também se reunirão na segunda-feira na capital saudita. Segundo o presidente ucraniano, essas reuniões serão separadas dos encontros entre funcionários russos e americanos, que têm como objetivo chegar a um acordo sobre os termos do cessar-fogo nos ataques à infraestrutura energética.

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