Afundamento de Mina da Braskem em Maceió cai para 0,25cm por hora

A área segue em alerta máximo devido ao perigo de colapso da estrutura

Escrito por Redação ,
Afundamento de Mina da Braskem em Maceió
Legenda: A instabilidade no solo de Maceió foi causada pela extração de sal-gema do subsolo
Foto: Divulgação/Defesa Civil de Maceió

O afundamento da mina 18 da Braskem em Maceió, uma das regiões com maior risco de colapso da região, reduziu para 0,25 centímetros por hora, informou a Defesa Civil de Maceió nesta segunda-feira (4). O órgão destacou, no boletim, que o deslocamento acumulado na mina é de 1,77 metro e a velocidade vertical apresenta movimento de seis centímetros nas últimas 24 horas.

Conforme a Defesa Civil, a área, que fica localizada no antigo campo do Centro Sportivo Alagoano (CSA), no bairro Mutange, segue em alerta máximo devido ao perigo de afundar e virar uma enorme cratera.

“Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”, reforçou o órgão.

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Balanço do fim de semana

De acordo com a Agência Brasil, os registros do último fim de semana mostravam uma diminuição no ritmo de deslocamento vertical da mina de extração de sal-gema: 0,3 centímetro (cm) por hora. Pela manhã, esse número era de 0,7 cm, com um afundamento acumulado e 7,4 cm no final de semana.

Na sexta (1º) e no sábado (2) foram registrados abalos sísmicos na região, com magnitude 0,89, e registrado a 300 metros de profundidade, de acordo com o monitoramento da Defesa Civil.

O órgão avalia a chance de um colapso acontecer, a qualquer momento, nos bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro, que sofreram nos últimos abalos sísmicos devido à movimentação da Mina 18 da Braskem.

Veja mapa de área de risco

Mapa, divulgado em 30 de dezembro de 2023 pela Defesa Civil de Maceió, mostra área de risco de colapsar devido exploração da Braskem em Maceió. Área de risco em Maceió é ampliada e colapso pode acontecer a qualquer momento; veja mapa
Legenda: A versão cinco do documento foi atualizada em colaboração com a Defesa Civil Nacional e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Foto: divulgação/Defesa Civil

As áreas onde estão localizados os imóveis, destacados em vermelho, passaram de criticidade 01 — classificação de menor risco — para criticidade 00 — maior risco — e precisaram ser desocupadas

Histórico

A instabilidade no solo de Maceió foi causada pela extração de sal-gema do subsolo e ocasionou o afundamento de cinco bairros. Essas localidades foram ou estão sendo parcialmente desocupadas. 

Após a extração do minério, as minas ficaram cheias com um líquido químico que vazou, formando vários desabamentos. Os tremores seriam também relacionados a acomodação do solo, a partir dos deslocamentos no subsolo.

A prefeitura de Maceió e a Baskem fecharam um acordo em julho deste ano, assegurando ao município uma indenização de R$ 1,7 bilhão por conta do afundamento dos bairros. O caso teve início em 2018, data do primeiro tremor ocorrido, e prejudicou mais de 60 mil moradores.

De acordo com o órgão, os recursos serão destinados à realização de obras estruturantes na cidade e à criação do Fundo de Amparo aos Moradores (FAM).

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