'Uma vida ceifada por divergência política', conclui MPCE sobre morte de eleitor de Lula no Ceará
Acusado virou réu, na Justiça Estadual, pelo homicídio cometido em Cascavel. Testemunhas afirmaram à Polícia que ele defendia o presidente da República Jair Bolsonaro, em uma discussão política
O Ministério Público do Ceará (MPCE) concluiu, na denúncia contra Edmílson Freira da Silva, que "uma vida foi ceifada por divergência política". O pedreiro de 59 anos virou réu, na Justiça Estadual, por matar Antônio Carlos Silva de Lima, em Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), no dia 24 de setembro deste ano.
Conforme a denúncia, Antônio Carlos ingeria bebida alcoólica em um bar, na localidade de Guanacés, na tarde daquele sábado, quando Edmílson da Silva chegou ao local acompanhado da esposa e de um amigo e perguntou em voz alta “Quem é Lula aqui?”, referindo-se ao candidato à presidência da República Luís Inácio Lula da Silva.
Na sequência, acusado e vítima começaram a discutir em razão das preferências político-partidárias antagônicas e entraram em vias de fato, sendo que, em dado momento, Edmilson puxou uma faca que portava consigo e desferiu três facadas na vítima Antonio Carlos."
A vítima foi socorrida e levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos. O suspeito foi preso preventivamente, por ordem judicial, dois dias depois do homicídio.
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Testemunhas afirmaram aos investigadores que Edmílson defendia o presidente da República Jair Bolsonaro, candidato à reeleição. O crime aconteceu uma semana antes do primeiro turno das Eleições 2022 e completou um mês na última segunda-feira (24). Os dois candidatos disputam o cargo no segundo turno, no próximo domingo (2).
Edmílson Freira da Silva foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará por homicídio qualificado (por motivo torpe), com pena de reclusão de 12 a 30 anos de prisão.
A 1ª Vara da Comarca de Cascavel recebeu a denúncia, na íntegra, na última quinta-feira (20). "Os fatos encontram-se narrados com clareza, bem como a conduta atribuída ao denunciado foi devidamente individualizada", concluiu a juíza Leopoldina de Andrade Fernandes, que também determinou que a Polícia Civil do Ceará (PC-CE) colha o depoimento de mais duas testemunhas do crime.
A defesa do acusado não foi localizada pela reportagem para comentar a decisão. Em depoimento à Polícia, Edmílson da Silva alegou que matou Antônio Carlos para se defender de uma agressão.