Três condenados e um absolvido por espancar policial militar em Fortaleza; saiba as penas

O julgamento teve quase 24 horas de duração. O crime aconteceu porque os acusados confundiram o militar com membro de uma facção rival

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@svm.com.br
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Legenda: A sessão do júri teve início às 9h dessa quinta-feira (18) e terminou por volta das 5h30 dessa sexta-feira (19).
Foto: Natinho Rodrigues

Três acusados de espancarem um policial militar, em Fortaleza, por terem confundido a vítima com membro de facção rival, foram condenados na Justiça. Somadas, as penas chegam a 24 anos e oito meses de prisão. Um quarto denunciado por participar do crime foi absolvido.

O julgamento teve quase 24 horas de duração. Os réus José Expedito Limas Gomes e Fabiana Cassimira Costa foram sentenciados a cumprir 10 anos de reclusão, cada, em regime inicialmente fechado. Thalys Gabriel Antunes Ferreira recebeu pena de quatro anos e oito meses de reclusão, inicialmente no regime semiaberto e podendo recorrer em liberdade.

O trio foi condenado por tentativa de homicídio e por integrar organização criminosa. Já o quarto nome denunciado por participar da sessão de espancamento contra o militar, Emerson Tiego Anselmo, foi absolvido. O sinal da tornozeleira do suspeito indicou que ele não esteve no local do crime. O juiz da 5ª Vara do Júri revogou a prisão preventiva de Emerson e determinou expedição do alvará de soltura. 

A sessão do júri teve início às 9h dessa quinta-feira (18) e terminou por volta das 5h30 dessa sexta-feira (19).

A vítima disse durante o julgamento que passou mais de 30 dias incapacitada de exercer as ocupações habituais, devido às consequências das agressões. No plenário, o PM ainda sustentou que até hoje, passado um ano do crime, tem dores e problemas de mobilidade.

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O advogado criminalista Roberto Castelo, responsável pela defesa de Jose Expedito Lima Lopes, diz que irá recorrer da decisão.  “Os fatos não ocorreram como narra a peça delatória. O julgamento não se atentou sobre o laudo pericial, vamos novamente demonstrar que não houve tentativa de homicídio, mas lesão corporal", conforme versão da defesa.

A ACUSAÇÃO

De acordo com depoimentos de testemunhas, o militar foi ameaçado de morte e alvo de chutes, socos, pauladas e punhaladas. A morte só não aconteceu porque o militar conseguiu se desvencilhar das agressões durante alguns minutos, tempo que acionou uma viatura da PMCE, ao local onde estava. O cabo chegou a desmaiar.

O crime aconteceu em agosto de 2021, no bairro Álvaro Weyne. A vítima foi a um endereço cobrar determinado valor, a pedido do irmão. No local, recebeu a notícia que o devedor não tinha o valor completo a ser pago, mas iria conseguir o restante em instantes.

"O crime apenas se verificou porque acreditavam que o vitimado era integrante de uma facção criminosa rival, qual seja Guardiões do Estado-GDE, pois aquela área territorial é dominada pela facção de delinquentes componentes do Comando Vermelho-CV"
MPCE

"Cerca de 10 a 15 minutos mais tarde, o rapaz retorna acompanhado de vários indivíduos, dentre eles os quatro denunciados. Ato contínuo, os agressores cercaram o vitimado, indagando-lhe sua identificação, questionando-lhe se era integrante de alguma facção e, imediatamente passaram a agredi-lo com socos, chutes, punhaladas e ainda ameaçar-lhe de morte, inclusive alguns deles portavam armas de fogo", de acordo com a denúncia.

Os suspeitos tentaram fugir quando a Polícia chegou, mas dois deles foram capturados e reconhecidos pelo PM agredido. José Expedito Lima Gomes foi flagrado usando tornozeleira eletrônica. Consta nos autos que era ele quem ordenava a todo momento que os demais indivíduos matassem a vítima.

 

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