'Serial killers' no Ceará: relembre o caso de assassinos em série que matavam em ritual satânico
Dois suspeitos matavam as vítimas e partes dos corpos eram usados para ornar altar satânico. Outro caso é de um líder de facção que confessou ter matado mais de 10 pessoas quando adolescente
O Ceará teve ao menos três homens apontados pela Polícia como 'serial killers' (assassinos em série), neste século. Dois deles agiam em conjunto e matavam as vítimas em rituais satânicos, no Município de Iguatu. Outro colecionou mortes enquanto adolescente e, depois, se tornou líder de uma facção criminosa na região do Vale do Jaguaribe.
Um 'serial killer' está preocupando a Polícia e famílias, no Distrito Federal e no Estado de Goiás. Lázaro Barbosa de Sousa, de 33 anos, matou ao menos quatro pessoas e fez outras de reféns, ao invadir casas, na Região. Ele ainda roubou armas, veículos e obrigou os reféns a fumarem maconha.
Relembre os casos de 'serial killers' no Ceará:
Mortes em rituais satânicos
Gleudson Dantas Barros e Roberto Alves da Silva foram presos em junho de 2018 por suspeita de matar quatro pessoas que estavam desaparecidas em Iguatu desde 2017. Segundo o delegado da Polícia Civil do Ceará (PCCE) Marcos Sandro Lira, a dupla realizava os rituais satânicos para descobrir os números premiados da Mega-Sena.
Eles escolhiam aleatoriamente. Eram 'serial killers' psicopatas que se fingiam de religiosos para se infiltrar na sociedade. Eles escolhiam pessoas frágeis psicológica e emocionalmente, mas se (a vítima) fosse alguém que tinha alguma rixa com eles, era um alvo preferencial.
Os criminosos atraíam as vítimas até o Sítio Canto, no Distrito de Suassurana, colocavam um pano na cabeça delas e pediam para as mesmas se concentrarem e pensarem em um número. Depois, a pessoa era morta com um tiro na nuca. Os corpos eram enterrados no Sítio e partes dos cadáveres eram utilizadas para "ornamentar" um "altar satânico".
Três anos depois das prisões, Gleudson e Roberto continuam a responder aos processos pelos homicídios em Iguatu na Justiça Estadual. Em três ações penais, o juiz decidiu levar os dois acusados a julgamento - ainda sem data para ocorrer. Em um desses processos, o magistrado manteve a prisão preventiva da dupla, no último dia 10 de maio. As defesas alegam, nos processos, que os réus não cometeram os crimes e que houve ilegalidade nas prisões.
Adolescente confessou assassinatos
A Polícia também apontou Genilson Torquato Rocha, que seria integrante da quadrilha dos 'Filhos de Senhorzinho Diógenes', como um 'serial killer'. Ele confessou ter matado ao menos dez pessoas enquanto adolescente, na Região do Vale do Jaguaribe. O suspeito foi capturado apenas com 18 anos (maior de idade) e escapou de punição pelos crimes, já que poderia ser sentenciado apenas a cumprir medidas socioeducativas, que não eram mais cabíveis.
Entretanto, Genilson Torquato voltou a cometer crimes, segundo as investigações policiais. Ele responde a três processos por homicídio e um por tráfico de drogas, na Justiça Estadual. De acordo com denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), ele se tornou o líder de uma facção criminosa no Vale do Jaguaribe. A defesa do réu nega as acusações.
Pistoleiros e matadores de facções
A violência, no Ceará, foi marcada por décadas por pistoleiros, principalmente no Interior do Estado, que matavam dezenas de pessoas por dinheiro ou vingança. Depois, surgiram os matadores das facções criminosas, que também acumulam seguidos homicídios, motivados pela disputa por território para o tráfico de drogas. Mas nenhum dos perfis é identificado pelas autoridades como 'serial killer'.
Um dos pistoleiros mais famosos do Estado é Idelfonso Maia Cunha, o 'Mainha', apontado como autor de um 'rosário de mortes'. Autoridades falavam em até 40 vítimas. 'Mainha' acabou assassinado a tiros, em Maranguape, em janeiro de 2011. Dez anos depois, os culpados pelo homicídios ainda não foram responsabilizados.
Já, entre matadores de organizações criminosas, destacou-se nos últimos anos Alban Darlan Batista Guerra, que integrava uma facção em Caucaia e que teria matado pelo menos oito pessoas, segundo a Polícia. Alban Darlan terminou morto em um confronto com a Polícia no Rio de Janeiro, em julho de 2020.