´Serial killer´ vai ser julgado por 11 mortes

Escrito por Redação ,
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Genilson Torquato Rocha cometeu um ´rosário´ de assassinatos no Vale do Jaguaribe quando era adolescente

Caçado pela Polícia na Região do Vale do Jaguaribe durante quatro anos, e, finalmente, capturado em agosto de 2008, na cidade de Mombaça, o ´serial killer´ Genilson Torquato Rocha, 18, será julgado, na próxima quarta-feira, pela Justiça na comarca de Jaguaretama (a 248Km de Fortaleza). Ele é acusado de, pelo menos, 11 assassinatos e já confessou dez, sendo um dos casos, um duplo homicídio em plena praça pública daquela cidade.

O julgamento será singular, isto é, Genilson não será levado à Júri Popular. As sentenças pelos 10 homicídios serão decididas unicamente pela juíza de Direito, Carla Susiany Alves de Moura. Todos os crimes foram praticados quando o bandido ainda era adolescente. Ele confessa friamente que começou a ´matar gente´ aos 15 anos.

Genilson Torquato era um dos integrantes da temida quadrilha dos ´Filhos de Senhorzinho Diógenes´, grupo de criminosos que, nos últimos quatro anos, espalhou pânico e mortes no Vale do Jaguaribe, até que, na madrugada do dia 18 de junho do ano passado, o chefe do bando morreu numa troca de tiros com a Polícia Militar nas matas da Fazenda Desterro, no distrito de Caiçara, limite dos municípios de Jaguaretama e Nova Jaguaribara. Era Lucivando Saraiva Diógenes, o ´Gordo´, parceiro de Genilson.

Sanguinário

A trajetória de assassinatos praticados por Genilson Torquato e seu comparsa ´Gordo´ só terminou depois que as autoridades da Segurança Pública decidiram que era prioridade máxima desarticular o bando dos ´Filhos de Senhorzinho´. O Diário do Nordeste acompanhou, com exclusividade, durante todo o ano passado, as ações policiais para a captura do bando, mostrando, ao mesmo tempo, a saga de mortes no Vale do Jaguaribe - especialmente em Jaguaretama - e o medo da população em denunciar os matadores de aluguel.

O último capítulo da história dos ´Filhos de Senhorzinho´ aconteceu no dia 1º de dezembro passado, na Região do Cariri, quando uma equipe da PM de Jaguaribe, sob o comando do major Jair Matias de Queiroz, então comandante da 3ª Cia/1ºBPM, prendeu outro componente da quadrilha, o pistoleiro Ricardo Saraiva Diógenes, irmão e comparsa de ´Gordo´. Ele tentava fugir para São Paulo, de carona, em um caminhão que transportava uma carga de telhas.

Mortes

Em longo depoimento prestado no dia 13 de agosto passado à delegada Vera Lúcia Passos Granja, Genilson Torquato revelou sua personalidade de um verdadeiro ´serial killer´, confessando, friamente, dez assassinatos, cujas vítimas foram identificadas como Ana Mônica Saldanha Barreto, Helmo Henrique Peixoto Roberto, Antônio Edneudo da Silva, Henrique Batista de Almeida, Antônio Rufino Neto, Francisco Antônio Moura, o ´Chico de Isaías´; e Francisco Gomes de Oliveira, o ´Chico de Anfrísio´ (ambos fuzilados numa só ocasião, no Centro de Jaguaretama); Francisco Adauto Nogueira, Tiago Barreto Lima e , ainda, um homem conhecido por ´Baigon´. Todos os crimes foram praticados por vingança ou de ´encomenda´, conforme apurou a investigação policial comandada pelo delegado-regional de Polícia Civil de Jaguaribe, Edmar Beserra Granja.

Menor

Embora réu confessou de tantos crimes de morte, Genilson Torquato deverá receber da Justiça somente a aplicação de ´medidas sócioeducativas´, que substituem as penas de prisão, já que cometeu os homicídios quando era menor de idade. Assim, ele deverá ser julgado com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e não pelo Código Penal Brasileiro (CPB).

Na semana passada, o advogado de defesa de Genilson, criminalista Nunes Ramos de Lima, recebeu cartas de intimação para apresentar as ´alegações finais´ nos processos que apuraram os assassinatos.

Genilson está recolhido, atualmente, na Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) - Casa de Custódia - de Caucaia. Ele é acusado, ainda de matar um policial militar em Morada Nova, em 2008.

Fernando Ribeiro
Editor

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