Quadrilha que cometia fraudes no Detran-CE tinha ligação com integrante de facção paulista
Esquema criminoso no Departamento Estadual de Trânsito do Ceará foi descoberto após a análise das conversas contidas em um aparelho celular
A Polícia Civil do Ceará (PC-CE) chegou a uma organização criminosa que cometia uma série de crimes no Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE) - como adulteração de sinal identificador de veículo e corrupção passiva - a partir da ligação de um acusado com um membro de uma facção paulista.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) contra 43 pessoas que integrariam a quadrilha, o esquema criminoso no Detran foi descoberto após a análise das conversas contidas no aparelho celular de Antônio Wilson Lopes Pereira (integrante de uma facção paulista com atuação no Ceará e em todo o Brasil), com autorização judicial, no bojo da Operação Saratoga.
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Antônio Wilson é "envolvido com falsificação de documentos públicos e privados, especialmente documentos públicos para adulteração e clonagem de veículos automotores roubados/furtados, inclusive fornecendo tais documentos à referida facção", segundo o MPCE.
O aprofundamento das investigações sobre a quadrilha que burlava os serviços do Detran-CE, com afastamento do sigilo das comunicações telefônicas e interceptação telefônica autorizados pela Justiça Estadual, resultou na Operação Forger, deflagrada pela Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas do Ceará (DRFVC), da PC-CE, no dia 2 de julho deste ano.
Naquele dia, 14 suspeitos foram presos e 41 mandados de busca e apreensão domiciliares, 41 mandados de busca pessoal e 3 afastamentos de funções públicas, cumpridos. Na ocasião da deflagração da Operação, o Detran emitiu nota em que repudia "qualquer tipo de conduta indevida, seja de servidor público ou colaborador" e afirmou que "tomará as providências necessárias".
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O Detran-CE reforça que vem investindo, frequentemente, em tecnologia, como vistoria digital, já implantada na sede e nos demais postos da Capital e Região Metropolitana, com sistemas de georreferenciamento, reconhecimento facial, entre outros, os quais combatem as tentativas de práticas indevidas ou criminosas, no sentido de resguardar as informações do proprietário do veículo e do próprio bem pertencente a ele."
O grupo foi denunciado pelo MPCE pelos crimes de falsidade ideológica, adulteração de sinal identificador de veículo, corrupção passiva, corrupção ativa e organização criminosa, no dia 20 de julho deste ano. A Vara de Delitos de Organizações Criminosas, da Justiça Estadual, recebeu a denúncia, e os acusados viraram réus, no último dia 8 de agosto.