Professora acusada de envenenar sopa do marido e matá-lo vai a julgamento

A mulher foi denunciada por homicídio triplamente qualificado, com base em um relatório da Polícia Civil do Ceará (PCCE)

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@svm.com.br
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Legenda: A sessão está prevista para acontecer de forma presencial, com início às 9h30.
Foto: Kid Júnior

Passados 12 anos de um envenenamento seguido de morte, o caso chega a julgamento. A professora Priscila Martins Vieira vai a júri popular nesta quinta-feira (2), pela morte do esposo José Eduardo Alexandre da Silva. Conforme a acusação, Priscila teria envenenado a sopa do companheiro, colocando no alimento uma mistura de alta dosagem de medicamentos.

A mulher foi denunciada por homicídio triplamente qualificado, com base em um relatório da Polícia Civil do Ceará (PCCE). A sessão está prevista para acontecer de forma presencial, com início às 9h30. O momento é aguardado há mais de uma década, pela família da vítima e tinha sido marcado anteriormente para acontecer ainda no começo de 2021.

Eliosmar Alexandre da Silva, fala que a dor pela partida repentina do irmão é a mesma há 12 anos. Segundo Eliosmar, a ex-cunhada nunca entrou em contato com ele ou outro parente para esclarecer o ocorrido ou até mesmo pedir desculpas.

"Há 12 anos meu irmão foi cruelmente assassinado. Nosso pai faleceu e não viu a Justiça ser feita. A gente luta por uma condenação, esperamos por isso desde 2010. A dor da nossa mãe, de toda a família, é muito forte. Ele era uma pessoa trabalhadora. Doi como se fosse hoje, mesmo já tendo passado tanto tempo", diz Eliosmar.

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Na defesa de Priscila, ainda no início do processo, o defensor destacou que ela não teve acesso à sopa, e somente uma "mente maquiavélica" pensaria que houve envenenamento em tais condições.


A ACUSAÇÃO

José Eduardo e Priscila Martins conviviam maritalmente há quatro anos. Conforme a investigação, foi comprovado que o relacionamento era conturbado, com constantes brigas e discussões violentas devido a ciúmes em excesso por parte da professora.

A situação piorou quando José passou por uma cirurgia bariátrica e teria iniciado um relacionamento extraconjugal.

Em 2 de março de 2010, data do crime, José Eduardo comprou uma sopa e levou para casa, onde a companheira estava. A vítima começou a passar mal de madrugada, ainda em casa, no bairro Serrinha, e foi levada por um amigo ao hospital.

Na saída do condomínio, Eduardo ainda teria dito ao porteiro "seu Antônio, a mulher me matou". Ele morreu instantes após dar entrada na unidade. O advogado Nasareno Saraiva, assistente da acusação, afirma que a família aguarda a Justiça ser feita, mesmo que tardia.

Segundo o inquérito da Polícia, Priscila Vieira teria dito à irmã da vítima que ela teria cometido o crime. A irmã foi ao hospital onde Eduardo era atendido e encontrou a cunhada no corredor, andando de um lado para o outro e aparentando nervosismo. Quando a irmã pediu que Priscila se acalmasse, ela teria dito: "Laurinha, eu matei o Eduardo. Eu matei o teu irmão".

Episódios ocorridos nos dias seguintes à morte de Eduardo chamaram atenção da Polícia, como a festa que a viúva promoveu três dias após a tragédia, no apartamento do casal. Foram quase oito meses até que os investigadores concluíssem o inquérito e Priscila fosse indiciada por homicídio com emprego de veneno.

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