Prefeito de Catarina e irmão, ex-prefeito, voltam a ser alvos de operação por fraudes a licitações

Os dois irmãos já tinha sido alvos de operação do Ministério Público, por crimes semelhantes, no ano passado, que resultou inclusive no afastamento do atual prefeito

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
Documentos foram apreendidos na Operação Simulate
Legenda: Documentos foram apreendidos na Operação Simulate
Foto: Divulgação/ MPCE

O Ministério Público do Ceará (MPCE) deflagrou a Operação Simulate, nesta quarta-feira (31), para aprofundar as investigações contra um suposto esquema criminoso de fraudes em licitações na Prefeitura Municipal de Catarina, no Interior do Ceará.

Segundo o MPCE, o atual prefeito do Município, Thiago Paes de Andrade Rodrigues (Dr. Thiago), e o irmão dele, Jefferson Paes de Andrade Rodrigues, ex-prefeito (de 2004 a 2012), são suspeitos de comandar "esquema criminoso em que direcionavam para as mesmas empresas todas as grandes licitações no âmbito da Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo do Município de Catarina".

Os dois irmãos já tinham sido alvos de operação do Ministério Público, por crimes semelhantes, no ano passado, que resultou inclusive no afastamento do atual prefeito.

Na nova Operação, coordenada pela Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar, nas cidades de Catarina, Fortaleza, Aquiraz, Crato, Iguatu e Mauriti. 

A Justiça autorizou, também, a quebra dos sigilos bancários e fiscais das empresas e gestores investigados. A ação contou com o apoio de promotores de Justiça e da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), por meio do Departamento Técnico Operacional (DTO).

Os suspeitos são investigados pelos crimes de peculato, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro. Os nomes não foram divulgados pelo Ministério Público.

"No suposto esquema, os gestores também utilizariam servidores da Prefeitura para a execução dos serviços contratados, além de utilizar máquinas locadas pelo ente público em obras e serviços de responsabilidade das empresas, fato que guarda semelhança com o objeto da operação 'Tártaro', deflagrada no ano de 2022, no mesmo município", indicou o MPCE.

O nome da Operação, 'Simulate', significa, em latim, “ter semelhança, copiar, ter o mesmo aspecto”, inspirado nos ajustes que os agentes públicos e os empresários faziam nas licitações, para celebrar contratos ilegais, sob um manto de aparente legalidade.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Catarina, para pedir uma resposta sobre a Operação, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Operação semelhante em 2022

Na ocasião da deflagração da Operação Tártaro, a Justiça Estadual decretou o afastamento do prefeito Dr. Thiago e de secretários municipais, por 180 dias, por suspeita de integrarem um esquema criminoso que praticou peculato, fraudes em licitações, de crimes contra a Administração Pública, de falsidade ideológica e de lavagem de dinheiro.

"Entre 2009 e 2021, as empresas investigadas receberam mais de R$ 25 milhões dos cofres públicos do Município de Catarina. O Ministério Público também constatou a utilização de mão de obra da Prefeitura de Catarina para a realização de obras pelas empresas contratadas. Somente com a construção, reforma e manutenção de mais de 30 açudes em Catarina foram gastos mais de R$ 2 milhões em 2019", revelou o Órgão, em fevereiro de 2022.

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