PM será julgado por ação desastrosa contra turistas em Fortaleza

Escrito por Diego Lage ,

Um dos policiais militares acusados de participar da operação desastrosa que lesionou a bala dois turistas estrageiros será julgado nesta quarta-feira (23), a partir de 8 horas, anunciou nesta terça-feira (22) o Tribunal de Justiça.

O fato aconteceu em 2007, na avenida Raul Barbosa. Patrulhas da Polícia Militar buscavam uma quadrilha que havia assaltado um caixa eletrônico na Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb), mas confundiram um carro de turistas com o veículo usado pelos bandidos. Mais de 20 tiros atingiram o veículo, uma Toyota Hilux.

Será julgado o PM Luiz Ary da Silva Barbosa Júnior - um dos acusados de envolvimento. O policial será julgado por tentativa de homicídio contra quatro pessoas, segundo o Tribunal de Justiça. O júri popular será presidido pelo titular da 2ª Vara do Júri, Henrique Jorge Holanda Silveira.

Na Hilux estava um casal de visitantes espanhois recém-chegado do Aeroporto Internacional Pinto Martins, além de um casal formado por um italiano e uma brasileira.

O italiano Innocenzo Brancatti foi baleado, assim como o espanhol Marcelino Ruiz Campelo. A pior lesão foi do espanhol: ele ficou paraplégico de forma irreversível. Também estavam no carro a mulher de Innocenzo, a brasileira Denise Sales Campos Brancati; e a mulher do espanhol, Maria Del Mar.

Outros quatro réus serão julgados em dezembro, diz o TJ.

PMs continuam no serviço ativo

Recentemente todos os policiais envolvidos na ação foram mantidos no serviço ativo da Polícia Militar, após apuração dos fatos em procedimento interno.

Dois soldados não foram considerados culpados, "por não ter sido comprovado que os mesmos tenham efetuado qualquer disparo". Os outros foram considerados culpados e punidos com permanência disciplinar - o recolhimento a um quartel por um período determinado. Um sargento foi excluído da lista de culpados porque já morreu. As permanências disciplinares variam de oito a dez dias.

Hilux foi baleada em dois momentos

O processo relata que a Hilux foi abordada em dois momentos. Na primeira abordagem, feita no cruzamento das avenidas Murilo Borges e Raul Barbosa, a Hilux "estava parada no semáforo ali existente, oportunidade em que foram efetuados disparos de arma de fogo contra o veículo", segundo o processo administrativo da Polícia Militar. 

A segunda abordagem, também na Raul Barbosa, aconteceu "próximo a um posto de combustíveis, onde o veículo Hilux parou, sendo novamente alvejado por disparos de arma de fogo". Somente após a segunda abordagem os policiais perceberam o engano.

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