PF e PRF cumprem no CE mandados contra quadrilha responsável por clonar viaturas do Exército
A força-tarefa denominada Operação Fiat Lux ocorre, ao todo, em 11 estados brasileiros
A Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) cumprem, nesta quinta-feira (24), 82 mandados busca e apreensão e outros seis de prisão em 11 estados do país, entre eles o Ceará, contra membros de uma quadrilha especializada em clonar mais de 3.300 viaturas do Exército Brasileiro.
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As ordens judiciais estão sendo cumpridas através da "Operação Fiat Lux", que apura crimes contra o sistema veicular brasileiro. Segundo as investigações, foram identificadas, ao todo, cerca de 10 mil adulterações em automóveis.
Pelo menos 400 policiais cumprem os mandados judiciais no estados de São Paulo, Minas Gerais, Tocantins, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraíba, Ceará, Paraná, Pernambuco e Maranhão.
Envolvimento de servidores do Detran
A pedido da PF, o Poder Judiciário determinou o afastamento de 95 servidores do Departamento de Trânsito (Detran), sendo 85 de São Paulo; sete de Tocantins e três de Minas Gerais. Vinte despachantes do Detran de SP também foram afastado das funções.
A apuração das irregularidades começou no fim de 2020, quando foi detectado que as viaturas do Exército haviam sido clonadas. Conforme a PF, os números dos chassis eram usados ilegamente para que os criminosos obtivessem documentos legítimos e tentassem "legalizar" veículos oriundos de roubo ou furto.
"A investigação apontou que as 'clonagens' dos chassis do Exército só foram possíveis porque contaram com a participação de servidores do Detran e de despachantes", informaram a PF e a PRF em nota conjunta.
Os envolvidos no esquema criminoso "criavam" veículos fictícios existentes apenas no Sistema Federal da Secretaria Nacional de Trânsito, permitindo a realização de financiamentos e a participação em consórcios.
Prejuízo de cifras milionárias
Com a falsificação, os carros eram dados como garantia em operações financeiras.
O abatimento ilegal de cada veículo variava de R$ 30 mil a R$ 40 mil. Em seguida, os transportes eram revendidos sem recolhimento dos impostos, tendo sido identificado o uso de documentos falsificados em aproximadamente 300 automóveis.
O prejuízo causado pelas fraudes veiculares identificadas pela investigação soma mais de R$ 500 milhões, sendo que em 10 meses de atuação foram recuperados R$ 35 milhões em veículos, entre eles caminhões, caminhonetes e automóveis de
luxo".
Os suspeitos poderão responder pelos crimes de inserção de dados falsos, financiamento fraudulento, lavagem de dinheiro e organização criminosa.