Instrutor suspeito de agredir policial do MA segue atuando em cargo da Polícia Militar no Tocantins
Profissional foi afastado de curso tático após autoridades cearenses tomarem conhecimento do caso
O agente de segurança suspeito de agredir uma investigadora da Polícia Civil do Maranhão (PC-MA), de 53 anos, durante um curso tático realizado no Ceará, não foi afastado do cargo na Polícia Militar de Tocantins (PM-TO).
A corporação detalhou, nesta quinta-feira (22), que o oficial "encontra-se desempenhando atividades não relacionadas a capacitações e cursos, estando sob supervisão". O homem, que é cabo da autoridade, atua nela desde 2014.
Segundo a policial civil, que ainda não será identificada por motivos de segurança, ela e outras mulheres foram agredidas com pauladas pelo profissional no último dia 8 de junho. As nádegas da agente ficaram com hematomas. A mulher ainda relatou que foi chamada de "velha" enquanto era lesionada, como uma forma de "pressão psicológica".
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Em nota, a PM-TO esclareceu que, ao tomar conhecimento do caso, através da imprensa, solicitou toda a documentação existente sobre caso à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS), responsável pela investigação.
A autoridade detalhou que ainda aguarda a documentação para tomar ciência oficialmente dos fatos e, se for o caso, adotar os procedimentos necessários.
"A Polícia Militar repudia veementemente qualquer desvio de conduta e/ou excesso direcionado a qualquer pessoa, praticado por policial em razão da função ou fora dela e reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e o respeito aos direitos humanos", disse a corporação no comunicado enviando ao Diário do Nordeste.
AGRESSÃO A PAULADAS
No último dia 8 de junho, a investigadora da Polícia Civil afirmou que foi agredida a pauladas pelo instrutor durante a 3ª edição do Curso Tático Policial Feminino (CTAP), promovido pela Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp). Ela teve hematomas nas nádegas e divulgou o caso nas redes sociais após pedir para sair da capacitação e retornar ao estado de origem.
A agende contou ao Diário do Nordeste que pediu desligamento da instrução e retornou ao alojamento, onde foi procurada pela coordenação do Curso e por policiais. Eles teriam pedido desculpas e solicitado que ela voltasse às aulas, mas, segundo relata, o trauma da agressão a deixou com medo.
Nessa quarta-feira (21), o delegado-geral de Polícia Civil do Maranhão, Jair Paiva, informou que a corporação acompanha o caso. Em pronunciamento, ele disse "acreditar que tudo vai ser esclarecido e que os culpados serão responsabilizados".
O titular ainda pontuou que a Polícia maranhense tem trocado informações e documentos com a corporação cearense. Além de prestar depoimento à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Fortaleza, a policial agredida foi ouvida na Delegacia Geral de São Luís ao retornar para casa.
Inquérito e afastamento do curso
Conforme a SSPDS, o policial de Tocantins suspeito das agressões, que atuava como instrutor do CTAP, foi "imediatamente afastado" das aulas.
Ainda conforme a Pasta, a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) dos Órgãos de Segurança Pública, que é "autônoma e isenta", determinou "imediata instauração de procedimento disciplinar para devida apuração na seara administrativa disciplinar".
"Por fim, a SSPDS frisa que não compactua com tais condutas e salienta que todas as denúncias apresentadas passam por investigação preliminar no intuito de que indícios de autoria e materialidade sejam colhidos para dar subsídios ao oferecimento de instrução processual e adoção de medidas cabíveis na esfera criminal", conclui.