Criminosos usam IA para alterar vídeo de loteria de Fortaleza e aplicar golpe em apostadores da Mega da Virada

Suspeitos adulteraram conteúdos promocionais do empreendimento com auxílio de ferramentas de inteligência artificial

(Atualizado às 13:42)
Montagem mostra prints de vídeo em que Alessandro Montenegro, proprietário da Loteria Aldeota, conhecido como Rei do Bolão, divulga bolão em vídeo adulterado por golpistas. Criminosos usam IA para modificar vídeo de loteria de Fortaleza para aplicar golpe em apostadores da Mega Virada
Legenda: Golpistas usaram os dispositivos tecnológicos para reproduzir a voz do proprietário do local e editar trechos dos conteúdos divulgados na rede sociais da loja
Foto: reprodução

Criminosos se aproveitaram do desejo de jogadores de ganharem na Mega da Virada para aplicar golpes em nome de uma loteria de Fortaleza. Com a ajuda de ferramentas de Inteligência Artificial, os suspeitos manipularam conteúdos publicados pela Loteria Aldeota nas redes sociais, induzindo os consumidores a adquirirem contas de bolões em sites falsos, não ligados à loteria ou à Caixa Econômica Federal.

Em um vídeo alterado pelos golpistas (assista abaixo), é possível observar que a imagem e a voz do proprietário do local, Alessandro Montenegro, conhecido como "Rei do Bolão", foram adulteradas e editadas para influenciar internautas a comprar o serviço falso. 

Veja vídeo

Ao Diário do Nordeste, nesta sexta-feira (3), o empresário detalhou que mais de 500 pessoas teriam sido vítimas do esquema somente na Mega da Virada, sorteada na última terça-feira (31). 

"Entre o Natal e o Ano Novo, tomamos conhecimento [do golpe]. Após o sorteio, muitas vítimas nos procuraram. Mais de 500 caíram nesse golpe. Ele modifica nosso vídeo, usando inteligência artificial, chama para uma plataforma falsa da Caixa e as pessoas são lesadas."

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Conforme Montenegro, não é a primeira vez que o crime acontece. Ele tomou conhecimento do caso a primeira vez ainda setembro do ano passado. Na época, registrou um boletim de ocorrência sobre o caso e também notificou a instituição financeira.

A Polícia Civil confirmou que investiga o crime de fraude eletrônica ocorrido por meio virtual. Segundo a autoridade, um inquérito sobre o caso foi instaurado e as investigações estão a cargo da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), unidade especializada da corporação. Para não comprometer os trabalhos dos investigadores, não foram repassados detalhes.

As manipulações dos criminosos incluem ainda ofertas enganosas de bolões inexistentes a preços extremamente baixos, com pedidos de pagamentos direcionados a contas que não pertencem à loteria. Além disso, também há o uso indevido da logomarca da Caixa Econômica Federal, podendo levar os consumidores ao erro. O Diário do Nordeste solicitou mais informações sobre caso ao banco e aguarda retorno. 

Vendas são realizadas apenas por telefone

Os produtos da Loteria Aldeota são comercializados exclusivamente através do número de telefone 0800 999 5050, que também é WhatsApp. Em nota, a empreendimento lamentou o caso e destacou que vídeos da loja são publicados exclusivamente no Instagram, através do usuário @loteriaaldeota.

Conteúdos compartilhados por outros perfis nas redes sociais tratam-se necessariamente de material não autorizado e possível golpe. Em caso de dúvida, a loteria indica que os clientes entrem em contato pelo telefone ou se dirijam à unidade física, na avenida Dom Luís, 600, em Fortaleza.
  

"Nós, da Loteria Aldeota, temos compromisso com a segurança dos nossos clientes e transparência em todas as nossas atividades. Asseguramos que estamos cobrando as autoridades para resolverem a situação."

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Denúncias

A população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos policiais. As informações podem ser direcionadas ao número 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ou ao (85) 3101-0181, que é WhatsApp. Neste é possível denunciar via mensagem, áudio, vídeo e fotografia. Também é possível auxiliar via o “e-denúncia”, o site do serviço 181, por meio do endereço eletrônico.

As denúncias também podem ser feitas para o telefone (85) 3101-7586, da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernética. O sigilo e o anonimato são garantidos. 

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