Clientes acreditam que vídeos vazados de clínica em Fortaleza seriam vendidos; Polícia investiga

Imagens das clientes nuas foram expostas nas redes sociais. Dona do estabelecimento diz que também foi vítima

Escrito por Redação ,
Mulheres eram filmadas antes de iniciar procedimentos como drenagens linfáticas
Legenda: Mulheres eram filmadas antes de iniciar procedimentos como drenagens linfáticas
Foto: Shutterstock/Imagem ilustrativa

O grupo de mulheres que teve imagens nuas expostas no Instagram durante sessões de procedimentos estéticos, em Fortaleza, acredita que os vídeos seriam vendidos. Prints foram divulgados no perfil de uma clínica do bairro Messejana, na última quarta-feira (13). As vítimas denunciaram o caso à Polícia, que informou estar investigando.

O Diário do Nordeste opta por não publicar os prints.

A empresária Elisabeth Campelo foi uma das vítimas. Segundo ela, as imagens foram gravadas sem consentimento. Ela denunciou o caso nas redes sociais para alertar outras mulheres. "Fazia atendimento com ela há quatro anos. Ela estava simplesmente filmando eu e diversas outras mulheres, inclusive até os filhos. Até agora a gente acha que era com o intuito de vender na internet".

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Conforme Elisabeth, a dona da clínica chegou a gravar os próprios filhos. "Nas imagens, ela chama um dos meninos de gordo. Muito triste a forma como ela trata as crianças".

Tentativa de defesa

Ainda segundo a vítima, a dona da clínica chegou a criar um grupo no WhatsApp intitulado "Vou provar que sou inocente" para informar que ela teria sido vítima, assim como as clientes.

Em mensagem enviada no grupo, a proprietária do estabelecimento declarou que conheceu um homem na internet chamado Pedro Lucas e que ele teria invadido o celular dela. "Ela disse que um dia o cara mandou sequestrar ela, instalou um app no celular dela e ele tinha acesso 24h da câmera. E, esse cara lá de São Paulo fez os vídeos para prejudicar a vida dela", comentou a empresária.

"Ela criou uma fantasia tão grande que me trouxe mais nojo. Ela mesmo foi na delegacia fazer um Boletim de Ocorrência".

O Diário do Nordeste entrou em contato por chamada telefônica e via WhatsApp com a dona da clínica, mas as ligações e as mensagens não foram respondidas nesta quinta-feira (14). 

Crime contra a dignidade sexual

A Polícia Civil informou, em nota, que apura a denúncia de um crime contra a dignidade sexual, que teria sido praticado em ambiente virtual.

Boletins de Ocorrência (BO) foram registrados na Delegacia do 6º Distrito Policial, e transferidos para a Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (DDM), que realiza diligências e oitivas com o intuito de elucidar o fato.

"A Polícia Civil ressalta ainda que a proprietária do perfil em uma rede social, onde imagens das vítimas teriam sido publicadas, também registrou um Boletim de Ocorrência (BO), na Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), onde afirmou que teve seu perfil invadido", comunicou o órgão de Segurança, que segue apurando os fatos.

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