Caso Ronivaldo Maia: vítima e testemunhas de acusação são ouvidas na Justiça
A audiência acerca do processo pela tentativa de feminicídio aconteceu na tarde dessa terça-feira (8)
A vítima da tentativa de feminicídio por parte do vereador Ronivaldo Maia foi ouvida na Justiça nessa terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher. A mulher e outras quatro testemunhas de acusação, todas com identidades preservadas, prestaram depoimentos acerca do fato que levou o político à prisão durante quase dois meses.
A reportagem apurou que Ronivaldo Maia esteve presente na sessão acompanhado pelos advogados de defesa, mas não foi ouvido. Uma das testemunhas convocadas pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) não compareceu à audiência.
O órgão insistiu no depoimento desta sexta pessoa e requereu renovação do mandado de intimação. O juiz responsável por presidir a sessão, André Teixeira Gurgel, determinou designação de audiência para continuação da instrução, quando devem ser ouvidas também as testemunhas de defesa e o acusado interrogado.
Ainda não há data prevista para a nova audiência. Enquanto isso, o vereador segue em liberdade, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.
O depoimento da vítima aconteceu de forma reservada devido a uma decisão do magistrado. A mulher optou por não conceder entrevista sobre o assunto.
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O QUE DIZ A DEFESA
Para o advogado Hélio Leitão, a audiência foi favorável ao réu. Segundo ele, Ronivaldo Maia não tentou praticar feminicídio contra a mulher com quem se relacionava: "É o que já dissemos em outros momentos. Foi uma audiência positiva, favorável".
Os advogados aproveitaram a ocasião para pedir a devolução do veículo do vereador, apreendido durante as investigações. Conforme os autos, a vítima e o agressor conversavam dentro do carro quando começaram a discutir.
Ronivaldo teria pedido duas vezes para a ex sair do carro, mas ela insistiu em ficar e se fazer ouvida. Em determinado momento, o acusado a teria retirado a força e ela caído no chão. Foi quando a mulher tentou quebrar o parabrisa do veículo e foi arrastada pelo político, que conduzia o automóvel
O vereador foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) em dezembro de 2021. De acordo com o órgão, o acusado é responsável pelo crime de homicídio, na modalidade tentada, com as qualificadoras de motivo fútil; mediante dissimulação ou outro recurso que dificultou a defesa do ofendido; e contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio). Ainda segundo o MP, houve menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Segundo a defesa, não resta motivo para o veículo permanecer em posse das autoridades ligadas ao processo, "porque já passou por perícia". A ação penal segue em andamento na Justiça do Ceará.