94% das pessoas que estavam desaparecidas e são encontradas em Fortaleza estão com vida, diz Polícia

O principal perfil das pessoas que desapareceram em Fortaleza, e foram localizadas em 2022, é homem, entre 30 e 59 anos

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
Investigações sobre desaparecimentos em Fortaleza são realizadas pela 12ª Delegacia do DHPP
Legenda: Investigações sobre desaparecimentos em Fortaleza são realizadas pela 12ª Delegacia do DHPP
Foto: Brenda Albuquerque

Centenas de famílias vivem com a angústia de ter um ente querido desaparecido, no Ceará. Em 2022, essa dor cessou para 979 famílias em Fortaleza, que tiveram seus entes localizados. Deste total, 94,2% (ou seja, 922) tiveram uma notícia ainda melhor: a pessoa estava viva.

Apenas 5,8% (57 pessoas) dessas pessoas foram localizadas sem vida, segundo dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) na última quinta-feira (12).

A localização das 979 pessoas que estavam desaparecidas, em Fortaleza, no ano de 2022, representou um crescimento de 54,4% no índice, na comparação com o ano de 2021, que teve 634 pessoas encontradas.

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A 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), é a responsável por investigar os casos de desaparecimentos em Fortaleza. O titular da Unidade, delegado Augusto Soares, destaca os motivos que colaboraram para o crescimento do número de localizações.

Eu avalio esse número como bastante positivo. Quais são as razões para isso? Teve um concurso da Polícia Civil, o que aumentou o efetivo da Delegacia. Com isso, a gente consegue dar atenção a casos atuais e casos mais antigos. Recebemos mais computadores e viaturas. E há também o incremento das nossas redes sociais, como a página no Instagram que é atualizada a cada caso e o WhatsApp funcional. A gente, hoje, se comunica com a família de forma mais célere."
Augusto Soares
Delegado da Polícia Civil do Ceará

O principal perfil das pessoas que desapareceram em Fortaleza, e foram localizadas em 2022, é homem, entre 30 e 59 anos. E o dia em que houve mais registros de pessoas desaparecidas, na semana, é o sábado. Confira os dados completos:

Como a família do desaparecido deve agir

A Polícia Civil do Ceará distingue três tipos de desaparecimentos. Confira quais são:

  • Voluntário: quando a pessoa se afasta por vontade própria e sem avisar. Isso pode acontecer por motivos diversos, como desentendimentos, medo, aflição, choque de visões, planos de vida diferentes; 
  • Involuntário: quando a pessoa é afastada do cotidiano por um evento sobre o qual não tem controle, como, por exemplo, um acidente, um problema de saúde, um desastre natural; 
  • Forçado: quando outras pessoas provocam o afastamento, sem a concordância da vítima.

O delegado Augusto Soares orienta como familiares, que suspeitam que pessoas próximas podem estar desaparecidas, devem agir: "A população tem que saber que não existe a lenda de que a pessoa tem que esperar 24 horas do desaparecimento". 

"Se a pessoa começar a suspeita, pode procurar uma delegacia da Polícia Civil. O importante, ao registrar o caso, é passar todas as informações da pessoa, inclusive de uma possível vida pregressa, como uso de drogas. Como ela saiu de casa, que horas, que roupa utilizava. Isso tudo pode levar a uma rápida solução do caso", afirma Soares.

Além de ir à 12ª Delegacia do DHPP ou a outra delegacia, a população pode entrar em contato com a Polícia Civil através dos canais de comunicação: o número (85) 3257-4807, que também é WhatsApp; e os perfis das redes sociais Facebook e Instagram. Não é necessário se identificar e o sigilo e o anonimato são garantidos pela PC-CE.

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