Vereadores querem mais aproximação com pré-candidatos a prefeito

Parlamentares pedetistas na Câmara Municipal de Fortaleza apontam que apenas dois dos cinco pré-candidatos do PDT têm procurado a base para visitar os bairros. Há receio de que a oposição ganhe terreno nas áreas

Escrito por
Wagner Mendes producaodiario@svm.com.br
Legenda: Ontem, Iraguassú Filho (PDT) e Cláudia Gomes (DEM) foram escolhidos corregedor e vice-corregedora da Câmara
Foto: Camila Lima

Em pronunciamento, ontem (26), no plenário da Câmara Municipal de Fortaleza, o vereador Eron Moreira (PDT) disse que percorreu o Grande Montese nos últimos dias com dois dos cinco pré-candidatos do PDT à Prefeitura da Capital: Salmito Filho e Samuel Dias. A aproximação dos dois tem sido relatada por outros correligionários, mas, até agora, os outros nomes do partido - Ferruccio Feitosa, Idilvan Alencar e José Sarto - ainda não intensificaram as articulações na base governista no Legislativo, segundo pedetistas, para esquentar os bastidores com os parlamentares. Isso tem gerado preocupação entre aliados na Câmara Municipal.

Na corrida para sair na frente entre os nomes do partido que concorrem à sucessão do prefeito Roberto Cláudio, o ex-presidente da Câmara Municipal e o ex-secretário de Governo na Capital têm procurado com maior frequência os vereadores para articular o tradicional corpo a corpo nas comunidades. Apesar da pandemia de Covid-19, as lideranças ainda consideram as agendas físicas nos bairros (seguindo os protocolos sanitários) importantes na pré-campanha, que é quando os nomes mais desconhecidos são apresentados ao eleitor pelos representantes das comunidades em âmbito legislativo.

Eron Moreira lembrou, inclusive, o protagonismo da Câmara na disputa municipal. Para ele, lideranças de segmento, que têm força em grupos de movimento classista, por exemplo, precisam ser apresentadas por representantes das comunidades no dia a dia. "Ninguém se elege dentro do gabinete", opinou.

Aproximação

O vereador Dr. Porto (PDT) afirmou ter sido procurado por Samuel Dias para uma agenda de pré-campanha. Ele justificou que, como o pré-candidato foi secretário durante os dois mandatos do prefeito Roberto Cláudio, já havia uma aproximação "natural" com a base aliada na Câmara, e sustentou que isso deve ser intensificado ainda durante o período de agenda pré-eleitoral nas próximas semanas.

De acordo com o vereador Gardel Rolim (PDT), de fato, Samuel Dias e Salmito Filho têm circulado mais no Parlamento por conta da aproximação nos últimos anos com os vereadores. Um por ter sido vereador e presidente da Casa, o outro por ter tocado obras na gestão municipal.

Gardel, no entanto, não vê essa relação direta entre os pré-candidatos e os vereadores como determinante para a escolha do nome para representar o grupo governista na eleição municipal de novembro, apesar de acreditar que a base municipal vai interferir na definição majoritária.

"O candidato escolhido vai ter que ter o perfil de vencedor da eleição", defendeu. O parlamentar também citou o deputado federal Idilvan Alencar, argumentando que cada pré-candidato da sigla adota um perfil e trabalha conforme as suas estratégias.

Base

A movimentação não é percebida apenas dentro do PDT. O vereador Benigno Júnior (Progressistas) também comentou o fato de ter sido procurado apenas por Samuel Dias e Salmito Filho para as agendas externas. Nas redes sociais, os dois pré-candidatos têm publicado visitas em comunidades na agenda pré-eleitoral, inclusive nos fins de semana. Hoje, os cinco participam do último debate do partido transmitido ao vivo na internet.

Uma das preocupações dos vereadores da base aliada é que futuros adversários do grupo governista no pleito já estão intensificando o acesso aos bairros da Capital.

Com a eleição mais curta neste ano, incluindo os novos prazos do segundo turno, e a dificuldade da locomoção por conta da pandemia do novo coronavírus, vereadores avaliam que as movimentações precisam de maior agilidade no momento para que o grupo político do PDT não fique atrás na busca por votos em relação à oposição, em especial na periferia da Capital.