Posse de Bolsonaro repercute no meio político; confira comentários
FHC desejou o melhor ao novo governo; Caiado disse que discurso não decepcionou
O discurso de posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) provocou comentários no meio político. Em uma curta mensagem publicada em seu perfil no Twitter, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) desejou o melhor aos brasileiros e ao novo governo. Sem citar nominalmente Bolsonaro, FHC pediu que o novo chefe do Executivo "ajude o povo a ter trabalho, reconheça a dignidade das pessoas e lhes dê dignidade".
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"Hoje, 1/1/19, do exterior , desejo o melhor para todos os brasileiros e brasileiras. Que o novo governo ajude o povo a ter trabalho, reconheça a dignidade das pessoas e lhes dê segurança, a Constituição nas mãos e a esperança a motivar o País no rumo da decência e do crescimento", escreveu o ex-presidente.
Como está no exterior, FHC também não participou da cerimônia de posse do Palácio dos Bandeirantes, onde João Doria, de seu partido, foi empossado como governador do Estado de São Paulo.
Deputados
Para políticos que acompanharam, no local, a cerimônia de posse de Bolsonaro no Congresso, o recém-empossado presidente da República fez um discurso coerente com o que ele apresentou em sua campanha.
"Ele focou muito em recuperar os empregos do nosso País, e, no que depender do nosso trabalho na Câmara, vamos apoiar todas as medidas que tenham esse sentido", afirmou o líder do MDB na Câmara, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP).
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM-GO), disse que o discurso não decepcionou, em um momento em que "a sociedade toda se mobilizou, foi pra rua e garantiu uma eleição acima de posições partidárias".
Caiado disse que Bolsonaro sabe que o Brasil precisa de reformas e que deverá ter o apoio de seu governo e da bancada de Goiás no Congresso. "Me atrevo a dizer que até julho ele aprova a Reforma da Previdência. Hoje é um sentimento generalizado", disse.
Sobre o pacote de decretos que Bolsonaro já anunciou que deverá assinar, Caiado afirmou acreditar se tratar de medidas como corte de despesas e cancelamento de licitações. "Revendo todos os gastos supérfluos do Estado", disse.
PT
O governador reeleito da Bahia, Rui Costa (PT), disse na tarde desta terça-feira (1º), que não medirá esforços para ajudar o governo federal de Jair Bolsonaro. "Eu jamais vou torcer contra o Brasil", disse o baiano. Ele comentou que, na época da ditadura militar, muitos entravam em dúvida se torceriam ou não pela seleção brasileira e que sempre optou por torcer pelo Brasil.
"Farei o que puder para ajudar o governo federal. Claro que vou fiscalizar para que o Estado da Bahia e o Nordeste não sejam prejudicados", disse. Ele acrescentou, no entanto, que discorda do discurso de que a liberação da posse de armas de fogo, proposta por Bolsonaro, vai contribuir para a redução da violência. "Discordo que num País em que 60 mil jovens morrem por ano que a distribuição de armas vai resolver a questão da violência", disse, acrescentando que "distribuir armas para a população é como dar açúcar para adoçar a boca de um diabético".