PGR pede ao STF abertura de inquérito para investigar ministro Ricardo Salles

Ele é suspeito de dificultar a fiscalização ambiental e embaraçar a investigação de infração que envolva organização criminosa

Escrito por Marcelo Rocha/Folhapress ,
Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles
Legenda: Titular da pasta de Meio Ambiente já é alvo de um inquérito no STF, sobre suspeita de facilitação a exportação ilegal de madeira
Foto: Bertrand Guay/AFP

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira (31) a abertura de inquérito para investigar o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sob a suspeita dos crimes de advocacia administrativa, dificultar a fiscalização ambiental e embaraçar a investigação de infração que envolva organização criminosa.

O documento foi assinado pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, e enviado à ministra Cármen Lúcia, relatora no Supremo Tribunal Federal (STF) de representações que apontam irregularidades na conduta do ministro e outros servidores ligados à pasta.

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Ricardo Salles já é alvo de um inquérito no STF, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, sobre suspeita de facilitação a exportação ilegal de madeira.

Um dos procedimentos a cargo de Cármen Lúcia está relacionado à notícia-crime enviada pelo ex-chefe da Polícia Federal (PF) no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva, ao STF no mês passado.

Maior apreensão de madeira da história do Brasil

O agente defendeu a apuração das condutas do titular da pasta vinculada ao Governo Federal e do senador Telmário Mota (Pros-RR) por atrapalhar medidas de fiscalização contra danos ao meio-ambiente.

Na notícia-crime, o delegado faz referência à maior apreensão de madeira da história do Brasil. No documento, ele fala que Ricardo Salles dificulta fiscalização ambiental e patrocina interesses privados.

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Organização criminosa

Alexandre Saraiva citou haver indícios de dois crimes: advocacia administrativa e impedir ou embaraçar investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

No dia 27 de abril, Cármen Lúcia despachou o caso para a PGR se manifestar. Entre as providências tomadas, a PGR solicitou explicações ao ministro. As justificativas dele foram analisadas e consideradas insuficientes para esclarecer o assunto.

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