Guimarães desmonta a nota de José Airton

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Foto: Arquivo
O pronunciamento do deputado José Guimarães, ontem, fazendo sua defesa em relação aos R$ 250 mil que saíram das contas do publicitário Marcos Valério para o PT do Ceará, confirmou que o dinheiro foi utilizado no caixa 2 da campanha de José Airton Cirilo ao Governo do Estado em 2002, contestando nota distribuída anteriormente pelo próprio José Airton, quando a existência desse dinheiro foi denunciada por Delúbio Soares, ex-tesoureiro nacional do Partido dos Trabalhadores, em seu depoimento à CPMI dos Correios.

Ontem, José Airton Cirilo, atual diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, não quis comentar, pessoalmente, o pronunciamento do deputado José Guimarães (PT). Através de sua assessoria de imprensa, mandou dizer que não tem conhecimento dos R$ 250 mil liberados pela empresa SPM&B Comunicação, do publicitário Marcos Valério, para pagar despesas de campanha no Ceará.

José Airton disse para sua assessoria de imprensa que não iria se pronunciar sobre o discurso de Guimarães até por que o responsável pela intermediação de recursos junto à direção nacional do partido para o pagamento de dívidas de campanha era o próprio deputado que também era o coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral - GTE do Nordeste, que cuidava da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva.

ENCONTRO - A assessoria de imprensa de José Airton disse ainda que, logo depois das eleições para governador, o coordenador financeiro da campanha de 2002, Antônio Mota Filho e ele (José Airton), procuraram José Guimarães - que era o representante do PT junto à direção nacional - para dar-lhe conhecimento das dívidas contraídas. Não soube dizer o valor. E disse que depois nem José Airton e nem Mota souberam de mais nada. José Guimarães não teria dado retorno.

O coordenador financeiro da campanha de José Airton ao Governo do Estado era, na época, seu chefe de gabinete na Câmara Municipal de Fortaleza. Hoje é secretário de Educação da Prefeitura de Tamboril. Até ontem à tarde José Airton não teria conseguido ter contato com Mota que se encontrava trabalhando no interior do município de Tamboril.

NOTA - Recentemente, José Airton Cirilo e Antônio Mota Filho distribuíram nota de esclarecimento à sociedade cearense sobre as declarações do ex-tesoureiro nacional do PT, Delúbio Soares, na CPI dos Correios, dizendo que o dinheiro dos empréstimos feitos por Marcos Valério teriam sido para financiar campanhas eleitorais nos Estados, inclusive no Ceará.

´Ficamos surpresos com as colocações do ex-tesoureiro do PT, no sentido de que teria repassado recursos extraordinários para nossa campanha. Afirmamos que isso não tem procedência ou sustentação, pois nunca recebemos nenhum recurso extra. Todos os recursos gastos na campanha foram contabilizados oficialmente conforme consta na prestação de contas aprovada pela Justiça´, dizia a nota.

E continuava: ´Creio que o senhor Delúbio Soares cometeu um equívoco e uma injustiça, pois se ´caixa dois´ existiu não foi do nosso conhecimento, nem da coordenação financeira da campanha que teve como tesoureiro o companheiro Antônio Mota Filho. No segundo turno, em nenhum momento mantivemos qualquer tipo de contato com o senhor Delúbio Soares. Se ele afirma que remeteu recursos extraordinários, que diga o nome de quem os teriam recebidos, pois certamente não fomos nós e gostaríamos de saber quem cometeu tais irregularidades´.