Governo Bolsonaro rebate crítica de negligência com meio ambiente

Presidente Jair Bolsonaro e vice Hamilton Mourão reforçam o discurso de que o Brasil protege suas florestas, em reação aos questionamentos de opositores e de outras nações de que a Amazônia está sendo destruída pelo desmatamento

Escrito por Redação ,
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Foto: AFP

O Governo Bolsonaro intensificou, nos últimos dias, seu discurso de defesa da Amazônia, em meio às críticas da oposição e de países estrangeiros de que o Brasil está negligenciando o combate ao desmatamento.

Ontem, o presidente publicou um vídeo em sua página no Facebook, em comemoração ao "Dia da Amazônia" no qual afirma que "a Amazônia é nossa" e que vai desenvolver a região.

"O Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente. A Amazônia é nossa e nós vamos desenvolvê-la. Afinal de contas, lá existem mais de 20 milhões de brasileiros que não podem ficar desamparados. Parabéns a todos pelo dia da nossa Amazônia. Amazônia cada vez mais brasileira", afirmou o presidente.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também aparece ao lado do presidente no vídeo e exaltou as medidas do Governo na área. Salles vem sendo "fritado" pela ala militar do Governo, que defende sua saída do cargo.

"O seu governo valoriza o cuidado com as pessoas da Amazônia, com o meio ambiente da Amazônia. E pra isso as medidas importantes que o senhor tem apoiado de valorização das pessoas, do meio ambiente, da regularização fundiária, do zoneamento econômico e ecológico, a bioeconomia, e o pagamento pelos serviços ambientais no programa Floresta Mais", afirmou o ministro.

Salles citou ainda o programa "Adote um Parque" para que, segundo ele, "quem quer ajudar de verdade, nas 132 unidades de conservação, ponha a mão no bolso e saia do campo de discurso".

O ruralista e deputado estadual de São Paulo, Frederico D'Avila (PSL-SP), também participa do vídeo. Segundo ele, "pela 1ª vez o meio ambiente do Brasil não é mais um bom negócio para ambientalistas".

Em "live" na última quinta-feira, Bolsonaro subiu o tom nas declarações e afirmou que a Amazônia é úmida e não queima no seu interior, mas apenas no cinturão ao redor. E voltou a dizer que o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente. "Você que está numa 'ongzinha' aí pegando grana de fora. Vocês sabem que as ONGs não têm vez comigo. A gente bota para quebrar em cima desse pessoal. Não consigo matar esse câncer em grande parte chamado ONG que tem na Amazônia", disse o presidente em transmissão pelas redes sociais.

Forças Armadas

Já o vice-presidente Hamilton Mourão tem dito que as Forças Armadas não assumiram a função de combate aos crimes ambientais na região da Amazônia Legal e apenas foram empregadas porque "faltam pernas" para os órgãos ambientais. Mourão também minimizou o desmatamento e as queimadas como um obstáculo no acordo de livre comércio com a União Europeia, alegando que se trata de apenas "mais um ruído".

"O Exército não assumiu nada, não", disse Mourão, também presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal.

"O papel que as Forças Armadas têm feito é de um apoio logístico e de segurança ao trabalho do Ibama e do ICMBio exatamente porque essas duas instituições não têm pernas para cumprir sua tarefa na Amazônia".

O vice-presidente atribuiu às aposentadorias dos servidores e os momentos de aperto fiscal dos últimos anos para a situação atual de déficit de pessoal desses dois órgãos.

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