BNB conclui sindicância sobre Kennedy Moura

Escrito por Redação ,
A Comissão Interna de Sindicância do Banco do Nordeste do Brasil - BNB, instalada há 60 dias, após a prisão do ex-assessor do deputado José Guimarães (PT), José Adalberto Vieira, em São Paulo com R$ 209 mil na bolsa de viagem e mais 100 mil dólares na cueca, concluiu os trabalhos de investigação sobre o envolvimento do ex-assessor especial da presidência do banco, advogado Kennedy Moura, na facilitação do empréstimo de 300 milhões de reais para o consórcio STN - Sistema de Transmissão Nordeste destinado a construção da linha de transmissão de energia elétrica ligando as cidades de Teresina e Fortaleza.

A Comissão de Sindicância concluiu: ´a) Ficou evidenciado que o senhor Kennedy Moura Ramos participou de reuniões com dirigentes e prepostos do consórcio STN; b) Referida Comissão não obteve provas de que o mesmo possa ter auferido alguma vantagem pessoal indevida´.

EMPRÉSTIMO - A respeito da operação de crédito concedido ao consórcio STN, o Banco do Nordeste reitera: ´a) A operação percorreu todos os trâmites internos e instâncias técnicas e decisórias; b) A obra - uma linha de transmissão de energia elétrica ligando as cidades de Teresina (PI) e Fortaleza (CE) - continua em fase de implantação, com a obediência aos cronogramas previstos; c) Fiscalização feita por equipe técnica do Banco do Nordeste no mês de setembro/2005 comprova que todos os recursos desembolsados pelo BNB foram aplicados no empreendimento´.

PROPINA - Foi o Ministério Público Federal quem apontou indício de que o dinheiro encontrado com o ex-petista Adalberto Vieira da Silva, amigo de Kennedy Moura (também deixou o partido), era fruto de propina recebida pelo tráfico de influência no contrato dos 300 milhões de reais com o consórcio STN (empresas Alusa e Postes Cavan). O procurador Márcio Torres já ouviu os dois acusados pela segunda vez e ainda não concluiu o relatório da investigação que faz sobre o caso.

Diante da denúncia do representante do Ministério Público, o BNB instalou em 14 de setembro passado, a Comissão Interna de Sindicância. A íntegra do relatório não foi divulgado ontem pelo banco alegando tratar-se de ´natureza confidencial por conter informações protegidas legalmente pelo sigilo bancário´.

LIGAÇÕES - Um dia antes de ser preso no aeroporto de Congonhas, Adalberto Vieira, teve um encontro com José de Freitas, diretor de Administração e Recursos Humanos do grupo Alusa/Cavan. O nome e o telefone de Freitas estavam escritos no verso do bilhete de viagem dele. Uma das primeiras pessoas para quem Adalberto telefonou, depois de ser preso, foi para Kennedy Moura que disse não se lembrar do telefonema. Ele estava em Brasília participando da 3ª Semana Internacional Desenvolvimento Competitivo. O Ministério Público tem a confirmação de que o telefone era do BNB mas utilizado por Kennedy Moura.

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